25 de julho de 2012

REDE BRASIL-AMAZÔNICA DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE DEFESA E SEGURANÇA PÚBLICA E DESENVOLVIMENTO


Trata-se de um projeto de pesquisa que busca fazer uma análise interdisciplinar de temas relevantes para a questão da segurança pública nas fronteiras e nas cidades da Amazônia, entre os quais narcotráfico, contrabando, biopirataria e criminalidade.

É o que pretende o projeto terá a duração de cinco anos. Segundo professor e pesquisador, Aiala, “buscaremos realizar nossas políticas a partir da Geografia, da Ciência Política, das Ciências Jurídicas, da Economia, dentre outras que tenham interesses na temática".


A Pesquisa é composta pelos pesquisadores Durbens Martins Nascimento (Naea/UFPA), Jarsen Luis Castro Guimarães (Ufopa), e mais Aurilene Gomes e Wando Miranda. "Isso não exclui a possibilidade de alunos de graduação ou pós graduação participarem como colaboradores do projeto de pesquisa", acrescenta ele.

Entre os objetivos do projeto estão, segundo Aiala, a construção, a partir de várias pesquisas, de uma reflexão crítica sobre o papel da Amazônia no contexto da defesa nacional e da segurança pública, visto que existe uma preocupação geopolítica em relação à região amazônica no que diz respeito à defesa nacional.

"A imensa fronteira em grande parte em áreas de baixa densidade demográfica, a localização próxima aos principais produtores de cocaína do mundo, a presença de guerrilhas em países vizinhos, além da questão que envolve os recursos naturais e o meio ambiente, são temas de interesses não apenas brasileiro, mas também de países que tem um certo ‘interesse’ na Amazônia.

A Amazônia tem um papel singular para a economia internacional do tráfico de drogas. E, por isso, não podemos desconsiderar a funcionalidade que a região exerce nesse contexto", explica o pesquisador da Uepa.

Na prática, a pesquisa busca criar projetos de teses de doutorado que estejam relacionados ao tema central do projeto. "Isso acarretará na construção de um banco de dados a partir da análise de documentos, relatórios, referenciais teóricos e pesquisas de campo", diz o professor Aiala.

Segundo ele, o resultado trará a possibilidade de se pensar em políticas públicas que dêem resultados positivos no combate à criminalidade e à violência urbana.

“Pois, em nosso entendimento, existe uma lacuna muito grande entre as políticas públicas de segurança e o resultado de pesquisas realizadas sobre a temática”.

 Figura 2 - Prof. e Pesquisador Aiala

“Temos interesse de produzir resultados que sejam levados em consideração pelas políticas de Estado”, afirma.
 
Fonte:
http://www2.ufpa.br/naea/det_noticias.php?id_noticia=883
http://agbbelem.webnode.com.br/news/rede-brasil-amazonica-de-gest%C3%A3o-estrategica-de-defesa-e-seguran%C3%A7a-publica-e-desenvolvimento/

24 de julho de 2012

CÁLCULO DE AZIMUTE E RUMO EM EXCEL



Antes devemos compreender os conceitos de azimute e rumo e bússola.

O AZIMUTE (AZ) - são ângulos gerados entre a direção do norte-sul magnético e a direção do alinhamento visado. A amplitude destes ângulos varia de 0º a 360º no sentido horário.

RUMO - São ângulos gerados entre a direção norte ou sul magnético e a direção do alinhamento, ou seja, os rumos tem por origem a direção norte ou sul.

A BÚSSOLA - é um instrumento destinado à medida de ângulos horizontais e à orientação no terreno. A bússola é um goniômetro (instrumento com que se medem ângulos) no qual a origem de suas medidas é determinada por uma agulha imantada que indica uma direção aproximadamente constante que é o Norte Magnético (NM).

Como determinar um azimute com a Bússola.

Agora suponha que você quer determinar o azimute de um ponto de referência. Ponto de uma árvore, por exemplo:

1. Aponte a bússola para a direção que você deseja caminhar (Árvores)

Figura 1 - Visada do objeto pelo entalhe da mira

2. Determine o valor do azimute rodando o mostrador da bússola, de modo que a seta nele desenhada fique coincidente com a parte vermelha da agulha magnética.
Figura 2 - Nivelando a bússola

3. O grau que estiver alinhado com a linha de fé é o azimute do nosso ponto de referência.
Figura 3 - Calculando o azimute

Quando se caminha, segundo um azimute, com a finalidade de atingir determinado ponto específico, caso se tenha conhecimento da distância que dele se está, deve-se utilizá-la como meio da passada individual, geralmente aferida antecipadamente. A aferição consiste na verificação do número médio de passos que cada indivíduo executa ao percorrer, em terreno variado, uma distância pré-estabelecida, normalmente, 100 metros.

Cálculo de azimutes rumo em planilha de Excel.

Contudo, quando não temos a bússola, mas, temos as coordenadas pode-se calcular o azimute e o rumo através de uma vasta gama de softwares disponíveis no mercado, especialmente, desenvolvidos para a área de topografia.

Se você não sabe determinar coordenadas em carta topográfica leia:
Assim, deixo a disposição um link (http://www.amiranet.com.br/downloads) que disponibilizou uma tabela em Excel que pode ajudar na determinação destes ângulos notórios e outros cálculos como por exemplo:

• Transformação de Sistemas Geodésicos,
• Cálculo do azimute a partir do ângulo horizontal,
• Cálculo das projeções e coordenadas e
• Outros.

MAPAS DA AMAZÔNIA - Imazon


O Imazon é um instituto de pesquisa cuja missão é promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio de estudos, apoio à formulação de políticas públicas, disseminação ampla de informações e formação profissional.

Fundado em 1990, e sua sede fica em Belém, Pará. Em 21 anos de existência, o Imazon publicou mais de 400 trabalhos técnicos, dos quais cerca de 170 foram veiculados como artigos em revistas científicas internacionais ou como capítulos de livros.

Além disso, o Instituto publicou 100 artigos técnicos, 48 livros , 18 livretos , 20 números da Série Amazônia e 20 números da série O Estado da Amazônia, além de 40 publicações classificadas como Mapas de:

Manejo Florestal Comunitário

Assentamento de Reforma Agrária

Área protegidas da Amônia Legal

Pólo madeireiro

Amazônia Legal

Desmatamento acumulado da Amazônia 2007 – 2011

Desmatamento mensal da Amazônia Legal 2010

Desmatamento mensal da Amazônia Legal 2011

Fica a sugestão deste site de pesquisa e grande contribuição para Amazônia.

23 de julho de 2012

ORIENTAÇÃO E NAVEGAÇÃO DE AVENTURA


O que é orientação e Navegação de Aventura?

É um esporte no qual, a pé ou através de um meio de transporte não motorizado, percorre-se um percurso previamente determinado, descrito em um mapa de orientação e balizado por pontos de controle, em meio aos mais variados terrenos: Florestas, campos, parques, áreas urbanas e etc.

O principal diferencial deste esporte em relação aos demais, é o fato de que  deve-se ter a capacidade de interpretar sinais, determinar posições em relação ao terreno e buscar caminhos que facilitem a progressão sobre o mesmo.

Este é um prática de esporte que pode ser praticado por pessoas de todas as idades. Seus benefícios vão além da saúde física, sobretudo na parte mental, pois para quem o pratica regularmente proporciona o desenvolvimento da auto-confiança, estimula a tomada de decisões, ensina a estabelecer metas, cumprir e alcançar objetivos.

Como praticá-lo?

Para praticar este esporte não é necessário possuir uma grande forma física, nem conhecimento prévio sobre regras. Basta saber "ler" um mapa de orientação e dependendo do terreno e do grau de dificuldade do percurso escolhido, a utilizar uma bússola e GPS.

O mapa de orientação

Um mapa de orientação é a representação gráfica, em escala, detalhada e colorida, de todo o terreno pelo qual será percorrido um determinado trajeto. Nele encontramos informações sobre o relevo, edificações, tipos de vegetação, redes de estradas, trilhas e outros aspectos relevantes que auxiliam a orientação em uma área desconhecida, além dos pontos de controle pelos quais, obrigatoriamente, deve-se passar.

Todavia, pode-se utilizar outros modelos de mapas, mas, este devem ser em uma escala grande.

Figura 01: Mapa temático utilizado em Corridas de Aventura.

Pode-se utilizar também mapas confeccionados em programas como GPS TrackMaker. Logo, o importante é que este mapa possua detalhes da área onde se pretende navegar.

Onde praticar orientação e navegação em Belém?

Uma boa opção para prática de orientação e navegação de aventura é o Parque Ambiental do Utinga que oferece um área de 1.340 hectares. O parque apresenta vários tipos de vegetação: da terra firme típica da floresta até áreas alagadiças como várzeas. Matas, capoeirões e capoeiras também abrigam centenas de mamíferos, aves, répteis e anfíbios.

Lá também estão localizados os mananciais dos lagos Bolonha e Água Preta, que abastecem mais de 60% da população metropolitana de Belém, o que torna possível conhecer a Estação de Tratamento de Águas durante uma visita.

O Parque Estadual do Utinga (Peut) criado em 1993 é uma área de preservação mantida pela SEMMA - Secretaria Estadual de Meio Ambiente, com o apoio do BPA - Batalhão de Policiamento Ambiental, que realiza a segurança, fiscalização, proteção e ainda utilizasse do espaço para fazer a soltura de animais e treinamento militar.

Figura 02: Mapa temático do Parque Ambiental do Utinga.
Fonte: Elaboração Própria, 2011.

O Parque ainda recebe em seu espaço o Exército, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Corpo de Bombeiro Militar, que utiliza a área para desenvolver atividades de treinamento de busca e resgate em área de selva.

Figura 3: Equipe do Corpo de Bombeiros Militar desenvolvendo atividade de orientação e navegação em área de cobertura vegetal. Foto: Arquivo Leonardo Sousa.

O Parque também oferece atividades de "Educação, Lazer e Turismo. Lá pode-se receber educação ambiental com palestras, assistem a vídeos educativos e a teatro de fantoches

Contudo, para prática de trilhas, caminhadas, orientação e navegação de aventura deve-se ter autorização da SEMMA e o acompanhamento do Batalhão de Policia Ambiental, Corpo de Bombeiros Militar ou empresa credênciada e especializada nesta modalidade de esporte.


Referência

EXPANSÃO URBANA X COBERTURA VEGETAL


O advento do sensoriamento remoto de base orbital propiciou muitas vantagens para o estudo de fenômenos ambientais, porque permite uma cobertura global de diferentes áreas da terra, os diferentes sensores abordam dos satélites ampliam a sensibilidade humana, o tratamento digital, melhora a qualidade das imagens e facilita a identificação dos alvos de estudo, além da disponibilidade de um arquivo histórico de imagens sendo obtidas sistematicamente que permitem acompanhar fenômenos globais como a perda da vegetação em áreas urbanas (Luz et. al. 2006).

Na atualidade existem diferentes procedimentos para o levantamento da cobertura vegetal em áreas urbanas por meio de trabalhos de campo, pela analise de cartas topográficas de grande escala, pela interpretação de fotografias aéreas e através da interpretação e tratamento digital de imagens de satélite de base orbital (Lombardo, 1985; Nucci e Cavalheiro, 1999; Luchiari, 2001).

Segundo Santos (2010), nas últimas décadas as pesquisas de mapeamento e quantificação do verde urbano na Amazônia vêm aumentando em decorrência da urbanização intensa e caótica instalada na região a partir da década de 70.

Para a cidade de Belém, o velho marketing de “Cidades das Mangueiras” não se aplica para a atual geografia da cidade. As alterações da qualidade ambiental urbana de Belém podem ser constatadas na expansão horizontal da cidade com o aumento das áreas construídas, pavimentação asfáltica, crescimento da verticalização na área central, aumento da frota de veículos com congestionamento das vias públicas, poluição do ar, poluição sonora e retração da vegetação urbana (Luz et. al. 2006).

De acordo com Luz (2007), a cidade de Belém já possui reflexos por conta do problema da ocupação urbana desordenada, influenciada principalmente pela perda dos seus últimos remanescentes de vegetação e pela impermeabilização do solo.

O crescimento urbano também é responsável pela expansão irregular da periferia, não levando em consideração as regulamentações urbanas definida em seu Plano Diretor Urbano, ocasionando a ocupação irregular das áreas públicas pela população de baixa renda (LUZ & RODRIGUES, 2007).

As ocupações irregulares também estão afetando a distribuição espacial da cobertura vegetal em áreas urbanas e os resultados é a escassez de cobertura vegetal na área de Belém, sobretudo nas áreas que abrigam a população de baixa renda (SANTOS, 2010).

Os dados gerados correspondentes às datas de 25/06/1979 (figura 1) e 09/08/2006 (figura 2) mostram que a classe vegetação teve uma redução ocasionada principalmente pelo avanço da ocupação humana, o que pode ser confirmado através dos dados obtidos para a classe urbano/solo exposto que passou de 8,32% registrado em 1979 para 14.89% em 2006 (tabela 14). A maior perda de vegetação ocorreu na parte nordeste da Região Metropolitana de Belém (SANTOS, 2010).

Figura 1. Mapa de uso e ocupação de 1979
Fonte: Santos, 2010.

Figura 2. Mapa de uso e ocupação de 2006
Fonte: Santos, 2010.


Tabela 1. Classes de cobertura do solo.
Fonte: Santos, 2010.

De acordo com estudos sobre o Índice da Cobertura Vegetal nas cidades, o recomendável de arborização para o adequado balanço térmico nas áreas urbanas está em torno de 30%, em áreas onde o índice de arborização é inferior a 5%, as características climáticas se assemelham a regiões desérticas (LUZ, 2007 apud Lombardo, 1985).

Neste sentido, as pesquisas têm demonstrado que a cobertura vegetal nas cidades desempenha importante papel na manutenção ecológica, na saúde mental dos habitantes e nas funções sócio-educativas (LUZ, 2007).

No que concerne ao município de Belém, a retração da vegetação pode ter impacto significativo na vida dos habitantes e ecossistemas em geral, uma vez que as baixas latitudes equatoriais recebem uma grande quantidade de insolação o ano todo, com a perda da cobertura vegetal o processo de evapotranspiração diminui consideravelmente, elevando a temperatura da cidade (LUZ & RODRIGUES, 2007).

A esse respeito Lombardo (1990), chama a atenção para a importância dos estudos da qualidade ambiental em áreas urbanas, sobretudo nas baixas latitudes que poderão auxiliar a criação de modelos para subsidiar no planejamento urbano. Contudo, este estudo também podem revelar aspectos da qualidade ambiental e ainda indicar a qualidade de vida da população que vive nesses espaços.


Referências Bibliográficas

LUZ, L. M. Mapeamento da cobertura vegetal da Área Central do município de Belém PA, através de sensores remotos de base orbital (sensor TM, LANDSAT 5 e sensor CCD, CBERS 2). Anais XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 abril 2007, INPE, p. 1063-1070.

SANTOS, F. A. Alagamento e inundação urbana: modelo experimental de avaliação de risco. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emilio Goeldi e EMBRAPA, Belém, 2010.

20 de julho de 2012

O GEOMARKETING: INFORMAÇÕES MAPEADAS PARA ESTUDOS


Em marketing, como se sabe, informação é essencial. Quanto mais se souber a respeito de perfil de clientes, suas motivações, ações da concorrência etc, mais subsídios haverá para sustentar estratégias de marketing e estabelecer prioridades comerciais para a empresa. Nesse contexto, várias corporações adotam o geomarketing, ou marketing geográfico, como parte da sua inteligência de mercado.

O geomarketing é uma ferramenta de análise apropriada para tomada de decisão corporativa. No Brasil, o geomarketing chegou em 1993 e, em apenas cinco anos, já era utilizado pelas maiores empresas do país.

Por definição, é uma técnica de estudo de mercado que utiliza informações associadas a mapas digitais. É principalmente usado para identificar um bom local de abertura de um novo negócio ou ponto de venda, analisar a distribuição espacial de clientes e representantes de venda e estudar participação e potencial de mercado.

Assim, envolve processamento de dados e cálculos geográficos que relacionam os dados entre si segundo a distância entre eles. Isso pode explicar eventos que não podem ser vistos em tabelas de dados, logo, a principal característica é o uso de informações associadas a mapas digitais.

Com o conhecimento da empresa representado no mapa, o analista passa a ter uma visão ampla sobre o mercado e a sua atuação.

Um único olhar no mapa permite a análise de centenas de informações que antes estavam em uma ou mais tabelas de dados, e o entendimento de eventos como a ação prejudicial da concorrência ou a dinâmica de compra dos clientes potenciais. Também é possível cruzar as informações de dentro da empresa com bancos de dados externos, aumentando o seu conhecimento sobre o mercado.

Um exemplo disso é a simples localização de um cliente, que proporciona conhecer o ambiente em que vive sua classe social, perfil de consumo, e outras informações sócio-demográficas.

Tal associação é feita através de uma variável geográfica, como: estados, município, bairro, CEP ou logradouro. Logo, qualquer informação relacionada a uma dessas vaiava podem ser representadas num mapa digital. Através desses mapas digitais é possível entender centenas de informações com apenas um único olhar, pois, antes estavam escondidas em tabelas ou gráficos.

Logo, pode-se utilizar o geomarketing em várias situações específicas, contudo, deve ter conhecimento do território. Em primeiro lugar deve-se conhecer profundamente a área que se que aplicá-lo como, por exemplo.

Conhecer o público-alvo;
  • A renda familiar a área;
  • Perfil da população;
  • Faixa etária da população;
  • Composição de familiar e
  • Infra-estrutura familiar
Com pelo menos uma dessas informações citadas pode-se analisar com maior da potencialidade uma área, pode-se enxergar um comportamento presente na região.

Por exemplo, estudar a espacialização das farmácias de manipulação em Belém, levando em conta a localização espacial, concentração e/ou investigar a concentração espacial das farmácias e correlacioná-las as características econômicas dessas áreas.

Figura 2 - Intensidade pontual de localização das farmácias de manipulação por Bairros. (centro de Belém 2011). Fonte: Elaboração própria.

A Figura 2 mostra o padrão de espacialização das farmácias de manipulação, com o respectivo hot spot, destacados com a cor vermelha. No bairro de São Braz têm-se a maior concentração de farmácias (7 farmácias), contudo encontram-se melhor distribuídas nas extremidades a nordeste e sudestes do limite do bairro. O bairros da Batista Campos, com 6 farmácias, destaca-se pela distribuição espacial aglomerada.

A possível justificativa para essa distribuição no bairro de Batista Campos, explica-se pela presença de agências financeiras, caixas eletrônicos e outros serviços próximos, uma distribuição coincidente aos pontos de ônibus e predominante em áreas de comércio e serviços dos principais Shoppings Center de Belém.

Nesse pequeno exemplo percebe-se que estes estabelecimentos estão disponíveis para uma parcela minoritária da população. Logo, existe um enorme campo a ser explorado, mas, deve-se desenvolver uma análise para identificar os bairros com bom potencial de consumo.

No Brasil o problema maior do uso do geomarketing é que são poucos órgãos que disponibilizam dados cofiáveis, além do mais há um forte mercado negro de informações. Assim, uma forma de possuir dados totalmente legais e confiáveis é através de levantamentos em campo ou em sites da internet com, por exemplo, o site do IGBE.

Referências Bibliográficas:
Revista conhecimento prático geografia – GEOMARKETING. A geografia no mundo dos negócios. Ed nº 35 http://conhecimentopratico.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/35/artigo206927-5.asp

19 de julho de 2012

CAIXÃO DE AREIA: RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA


Foi no Curso de Licenciatura plena em Geografia, no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA, que percebi que o processo de ensino e aprendizagem a metodologia continua sendo o grande e relevante problema enfrentado por quem estuda e trabalha o conhecimento de um modo geral e em particular o da cartografia. As licenciaturas em geral vêm trabalhando a perspectiva da didática e prática de ensino. E essas devem possuir métodos de ensino e “devem superar a simples transmissão de informação e que se assentem em alternativa para mobilizar intelecto do aluno, fazendo com que ele se pergunte e não apenas espere respostas” (Callai, 2003, p.23).

Assim, nesta postagem apresento um recurso que pode responder a seguinte pergunta: Como ensinar conceitos relativos à noção de espaço e de que forma representá-los?

O caixão de areia, assim denominado por se tratar de um caixão cheio de areia, tem um largo emprego nos diferentes ramos da instrução militar (Uzêda, 1944, p. 428) - A expressão “caixão-de-areia”, empregada no Caderno de Instrução grafada com hífen, merece duas palavras de explicação. Seu significado é amplo e transcende aos próprios componentes que essa designação sugere, isto é, um caixão com areia para representar determinada região. É mais do que isso. Pretende englobar todos os modelos gráficos de terreno, com areia. A expressão pode encerra uma idéia, um conceito, uma sugestão e, fundamentalmente, um apelo à imaginação fértil dos professores e alunos.

Major Olívio Godim de Uzêda
Curso de Topografia Militar
1944

O caixão de areia nasce no seio militar e tem um largo emprego nas instruções e ações desenvolvidas por estas instituições. “Foi recomendado através de nota de instrução nº 1937: no sentido da facilitar ao máximo a instrução tática e certos ramos da técnica para oficiais e graduados, este comando preconiza o emprego ativo e constante do caixão de areia, como elemento indispensável à boa marcha da instrução”. (Uzêda, 1944, p. 428).

O Major Olívio Gondim de Uzêda no seu livro intitulado de Curso de topografia Militar de 1944, com várias recomendações que acompanham a obra (do Ten. Coronel Floriano de Lima Brayner, instrutor-chefe da Escola Militar, Major Osvaldo de Araújo Mota, sub-diretor da Escola das Armas, Major Artur da Costa e Silva, comandante do Centro de Instrução de Moto-mecanização e Major Aureliano de Farias, professor de Geodésica e Topografia da Escola Técnica do Exército), nos possibilitou o entendimento desta poderosa metodologia de modelagem do terreno.


“O ligeiro exame que procedi dá a impressão de ser, no assunto, a obra mais completa que se tenha feito no Brasil. A análise do índice mostra que o trabalho está orientado no verdadeiro sentido militar”. (Tasso M. Rego Serra, Capitão. Secretário, 1941).

Segundo o Major Olívio Gondim de Uzêda, o caixão de areia, assim denominado por se tratar de um caixão cheio de areia, tem um largo emprego nos diferentes ramos da instrução militar, sobretudo:

EMPREGO DOS CAIXÕES DE AREIA

O caixão de areia, assim denominado por se tratar de um caixão cheio de areia é um instrumento muito utilizado no meio militar e o contato com este recurso foi durante o Curso de Operações Ribeirinhas no Corpo de Fuzileiros Navais em Belém. Logo, percebi o largo emprego nos diferentes ramos da geografia e cartografia como por exemplo:


1 - Na topografia permitindo-nos familiarizarmos aos iniciantes o relevo do solo, fazendo-lhes sentir os acidentes do terreno;

2 - na modelagem do terreno no caixão de areia, instintivamente, facilita leitura de cartas e aplicamos continuadamente as leis do modelado;

3 - Na organização do terreno facultando-nos desde a escolha do conjunto dos traçados como estudo dos detalhes dos diferentes elementos;


Mas, por isso mesmo, pelas facilidades que nos oferece o caixão de areia é que vem à pelo recomendarmos não devemos usá-lo demasiadamente, sobretudo desprezando as idas ao campo onde as instruções, por certo, se aproximam mais da realidade.

UTILIZAÇÃO DOS CAIXÕES DE AREIA

O caixão-de-areia é recurso que permite a representação da superfície do solo e uma melhor visualização das características do terreno real nas três dimensões. Proporciona uma visão ampla de regiões representadas, compreensão mais rápida e mais precisa dos acidentes do que aquela que poderiam ser observados em uma carta topográfica.

O caixão-de-areia ainda oferecer uma representação que levará mais facilmente a participa e discussão sobre o problema estudado, por exemplo, hidrografia, relevo, solo, medidas etc.

Assim, este recurso pode ser utilizado como um modelo reduzido de terreno (maquete). Portanto, pode servir como um recurso valioso e relativamente barato, capaz de aumentar a eficiência das aulas e ainda serva como sugestão para desenvolvimento da imaginação fértil dos professores e alunos.

Segundo Almeida (2006, p. 76), o principal objetivo com maquete é chegar ao ponto de vista vertical, por isso não é necessário construí-la em escala. O tamanho da maquete e do objeto que figuram dentro dela deve ser definido por comparação e aproximação entre o real e os materiais disponíveis. Logo, deve-se entender o caixão-de-areia como uma maquete que tem como objetivo de representar, com matérias disponíveis, um terreno ou um espaço.


Todavia, a preocupação é conseguir fazer uma passagem das informações do saber universitário sem desfigurá-lo e sem desvalorizá-lo, através de uma transposição didática que não vulgarize nem o empobreça, mas, que se apresente como uma construção diferenciada, reconstruída e reorganizada.

Referências bibliográficas
CARDENO DE INSTRUÇÃO. CI 21-5/1. Out 1976. O Caixão de Areia: Utilização e Construção: Estado Maior do Exército Brasileiro: EGGCF.
LACOSTE, Yves. A geografia, isso serve em primeiro lugar para fazer a Guerra. Campinas, Papirus, 1988, p.16.
UZÊDA, Olívio Gondim. Curso de Topografia Militar., Rio de Janeiro: Henrique Velho, 1944.

17 de julho de 2012

UM POUCO DE HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA



A cartografia é um conhecimento que vem desenvolvendo-se desde a Pré-história e eram representações autênticas dos lugares. “Geralmente esses mapas eram usados em locais sagrados, utilizados em rituais e sem pretensão de serem preservados após os eventos” (Francischett)

Os Babilônicos: há milhares de anos confeccionaram entre 2.500 a 4500 a.C., uma placa de barro cozido, que cabe na palma da mão, provavelmente representando a região da Mesopotâmia, mostrando o rio Eufrates e a área circunvizinha, acidentes geográficos e pontos cardeais. Este mapa chama-se Ga-Su e é considerados um dos mais antigos.

Os Indianos: apesar de terem sidos poucos os documentos cartográficos produzidos, a Índia teve grande desenvolvimento nas ciências da matemática.

Os Chineses: A cartografia chinesa era bastante desenvolvida e em muitos lugares foram encontrados documentos cartográficos que comprovam a preocupação dos governantes em mapear as riquezas naturais daquele país. Os chineses além de uma série de informações e símbolos representando acidentes geográficos também se procuraram em traçar rotas marítimas.

“Na china antiga, muitos mapas tinham finalidades cadastrais, demarcatórias de fronteiras, como documentos burocráticos, planos para conservação das águas, meios para fixação de impostos, estratégias militares, reconstrução da geografia” (Duarte, 2002, p.28-29)

Os Gregos: A história dos mapas começou com os gregos, no século VIa.C., e marcou o surgimento da cartografia. Esse povo precisava de direcionamento nas expedições militares e navegações e por isso criou um centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental. Foram que estabeleceram, através de trabalhos cartográficos marcado por técnicas evolutivas para época, as bases científicas da moderna Cartografia, marcando assim a sua importância significativa no desenvolvimento de documentos cartográficos.

Anaximandro de Mileto (611 a 547 a.C.) autor do famoso mapa que representava o mundo então conhecido – regiões da Europa e Mar Mediterrâneo e sendo aperfeiçoado por Hecateu, seu contemporâneo.

Erastóstenes de Cirene (276 a 196 a.C.) abriu novos horizontes para a Cartografia quando mediu a circunferência da Terra, obtendo como resultado próximo de 46 mil quilômetros, sendo este, o que mais se aproximou das atuais medidas, que é de aproximadamente 40 mil quilômetros. Além disso, foi o autor de um mapa do mundo que mostrava as áreas habitadas, o qual foi modificado mais tarde por Hiparco de Nicéia (161 a 126 a. C,) e ainda chegou a dirigir a biblioteca do museu de Alexandria.

Cláudio Ptolomeu (90 a 168 a.C.) é considerado um dos marcos da Cartografia antiga. Influenciou o mundo ocidental por muitos séculos através de várias obras que escreveu sobre assuntos das ciências da Terra, Astronomia, Cartografia e um que dizia respeito às projeções.

“Em torno do ano de 1405 a obra de Ptolomeu foi traduzida para o latim, sendo que na época do Renascimento foi reaparecendo aos poucos na Europa, sofrendo, obviamente, algumas modificações em razão da necessidade de atualização, principalmente dos mapas (Duarte, 2002, p.36).

 Os Romanos durante a idade média difundiram um dos principais mapas da Igreja Romana, publicado na obra de Santo Isidoro, bispo de Servilha falecido em 636, foram os mapas conhecidos por Orbis Terrarum ou então mapas “T” no “O”, que tinha as formas circulares e traçados bastante simples. O “T” representava o Mar Mediterrâneo e o “O” correspondia ao oceano circundante.

“Na Idade Média, mapas chamados “T” dentro do “O” mostravam uma Terra circular simbolicamente dividida em três, como a Trindade, com dois braços de mar em T com a Europa à esquerda, a África à direita e a Ásia acima, sede do Paraíso terrestre” (Joly, 2004, p.10).

Os Europeus na Idade média tiveram contato com mapas que começaram a circular na Europa, um tipo de mapa com caráter mais científico e utilitário: o portulano, que muitas das vezes representavam o Mar Mediterrâneo e áreas litorâneas adjacentes. Contudo, entre os historiadores acredita-se que os idealizadores dos portulanos teriam sido os genoveses durante o século XIII, pois, Gênova, no século XIII e XIV, se destacava como um dos principais centros de atividades marítimas na Europa.

As cartas-portulano, que a princípio se limitava à bacia do Mediterrâneo e regiões próximas, foram, durante o século XIV, à medida que se intensificavam as navegações atlânticas, incluindo a costa do noroeste africano até o cabo Bojador e as ilhas oceânicas, de maneira cada vez mais completa ainda que, naturalmente, por vezes imprecisa (Cortesão, 1960, p.32, Duarte, 2002, p.36).

Gerhard Mercator também conhecido por nós por Geraldo Mercator ou simplesmente Mercator foi um dos cartógrafos mais importantes da Europa, comparado a Ptolomeu em sua época, inaugurou uma nova época para a Cartografia e tendo como seu trabalho mais conhecido as projeções cartográficas. “A palavra “atlas”, que hoje utilizamos para designar publicações que reúnem um conjunto de mapas, nos foi legado também por Mercator” (Duarte, 2002, p.37)

Os Franceses tiveram como nome famoso na história dos mapas Nicolau Sanso (1600-1667). Influenciado por Mercator, publicou mapas e atlas. Os franceses através das grandes navegações desenvolveram bastante a Cartografia.

No Brasil a Cartografia no Brasil foi influenciada pelos portugueses desde os primórdios de nossa história colonial. Na era dos descobrimentos, os dados eram armazenados durante as viagens, o que tornou os mapas mais acurados. (Francischett)

“A expansão ultramarina e a navegação marcada profundamente o caráter utilitário da Cartografia de Portugal da época da política colonialista, sendo intensa a produção de mapas marítimos mostrando a configuração das costas e delineamento de continentes e ilhas (Duarte, 2002, p.41)

A vinda da família real para o Brasil foi responsável pelo surgimento de uma Cartografia própria, mas muito influenciada pelas técnicas e estilos europeus. Contudo, através de medidas administrativas começou a organizar suas instituições militares, iniciando assim o rompimento da Cartografia Luso-brasileira e surgindo a Cartografia Imperial, dando início a preparação dos técnicos especialistas que dariam andamento ao trabalho de ordem geográfica e cartográfica no Brasil.

Segundo, FRANCISCHETT, Os indígenas no Brasil, século XIX, também aparecem como produtores de cartas que traçavam os rios e seus afluentes e foram estas cartas também orientaram as primeiras expedições dos portugueses pelo território brasileiro.

Já na era moderna, os mapas eram resultados de uma cartografia mais elaborada, que utilizavam projeções de superfícies curvas, em impressões planas. Nos dias de hoje, contamos com a contribuição de fotos aéreas e dos sistemas de via satélites, imagem sobrepostas, com efeito, relevo, além dos recursos de computadores para a criação dos mapas. Na verdade, as fotografias representam detalhamento, a superfície do solo. Já com os recursos da topografia, e feito o trabalho sobre o terreno e a cartografia é apresentada de uma maneira mais real.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Rosângela Doin de; PASSINI, Elza Yasuko. Espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1989, p.38, p.15.
ALMEIDA, Rosângela Doin de. Do desenho ao mapa – Iniciação cartográfica na escola. São Paulo: Contexto, 2006.
ALMEIDA, Rosângela Doin de. Cartografia Escolar (Org.) São Paulo: contexto 2007.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História, Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997. .
CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.) A Geografia na sala de Aula. São Paulo: Contexto, 1999.
FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. A cartografia no ensino-aprendizagem da geografia: Artigo disponível em:<< http://www.bocc.ubi.pt/pag/francischett-mafalda-representacoes-cartograficas.pdf >> acessado em 13 de Setembro de 2009.
JOLY, Fernand. A cartografia. Campinas, Papirus, 1990.
LACOSTE, Yves. A geografia, isso serve em primeiro lugar para fazer a Guerra. Campinas, Papirus, 1988, p.16.
MARTINELLI, Marcelo. A Sistematização da Cartografia Temática. In: ALMEIDA, Rosângela Doin de. Cartografia Escolar (Org.) São Paulo: contexto 2007, p 159.
UZÊDA, Olívio Gondim. Curso de Topografia Militar., Rio de Janeiro: Henrique Velho, 1944.
OLIVEIRA, Lívia de Estudo Metodológico e Cognitivo do Mapa In: ALMEIDA, Rosângela Doin de. Cartografia Escolar (Org.) São Paulo: contexto 2007, p 27.
PASSINI, Elsa Yasuko. Prática de ensino de geografia e estágio supervisionado.
PONTUSCHKA, N. N. PAGANELLI, T. I. e CACETE, N. H.. Para ensinar e Aprender Geografia. São Paulo: Cortez 2007, p. 38, p.44, p.122, p.39, p.215.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21 ed. São Paulo: Cortez, 2000.
SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Cartografia no ensino fundamental e médio. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.) A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.
SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Primeiros Mapas: como entender e construir. São Paulo: Ática, 1995. 4 v.

Belém do Pará: Estudo de geografia urbana



A grande expansão urbana da cidade de Belém nas ultimas décadas tem ultrapassado suas fronteiras municipais e está se refletindo em outros municípios. A dinâmica urbana que vem alterando a paisagem urbana onde se observa a inserção de novos objetos na paisagem, os prédios residenciais, os quais apresentam características peculiares quanto a sua localização, apresentando as evidencias de um incipiente e tímido processo de Verticalização com peculiaridades à parte, dado o fato de os prédios estarem sendo erguidos na maioria em bairros periféricos e não na área central da cidade, apresentando a hipótese de uma nova forma de organização das cidades amazônicas conurbadas a grandes capitais, como Belém.

Belém tem vivido uma produção do espaço urbano muito intenso, que influenciou o crescimento, não só da cidade, como também, consequentemente sua região metropolitana e estudar essa dinâmica é extremamente necessário e interessante.

O processo de produção do espaço urbano de Belém vem sendo estudado por vários autores, dentre eles, Oliveira (1992, 2005, 2006), Andrade (1995), Ferreira e Oliveira (2004), Miranda (2005), Miranda e Padinha (2005), Maia (2005, 2007) e Padinha (2005, 2007).

Um destes estudo eu deixo para disposição: ANTÔNIO ROCHA PENTEADO – Belém do Pará: Estudo de geografia urbana, Volume 1 e 2 Coleção amazônica. Série José Veríssimo Belém do Pará: estudo de geografia urbana, António Rocha Penteado Volume 2 de Belém do Pará, António Rocha Penteado.

Clique e baixe a obra:
http://www.4shared.com/office/hQQcd3gz/Belm_-_Estudo_de_Geografia_Urb.html

OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS CARTOGRÁFICOS BRASILEIROS



No Brasil existe um grande número de órgãos, empresas e sociedades envolvidas nas atividades cartográficas. Alguns são especializados, porém poucos são os que realizam todo o processo cartográfico. Na área da Cartografia topográfica, existem três entidades muito destacadas, contudo existem vários outros órgãos, empresas, etc., que participam da obra cartográfica brasileira.

Os três órgãos mais envolvidos no programa de mapeamentos terrestres são a DSG e a Fundação IBGE.

A Comissão de Cartografia (COCAR)

Sediada em Brasília a COCAR não produz o nenhuma carta; entretanto, ela é responsável pela coordenação de toda a cartografia topográfica do Brasil.

Nesse papel de coordenação, a COCAR é a melhor fonte de informação sobre a disponibilidade de cartas de qualquer parte do Brasil, seja de qualquer origem, ano, escala, tema sistemático e método de reprodução (impressas, heliográficas, ou ainda inéditas quanto à confecção).

A COCAR também está encarregada de implementar e distribuir os recursos financeiros cartográficos fornecidos pela Secretaria de Planejamento (SEPLAN), incluindo os dos programas no grande plano de dinamização. O grande programa de dinamização da cartografia visa a duplicação ou triplicação do esforço, a fim de estabelecer uma programação destinada a completar o mapeamento topográfico do Brasil numa data mais próxima possível.

Diretoria do Serviço Geográfico (DSG)


A DSG, órgão do ministério do Exército, pioneiro da cartografia no Brasil, vem realizando ao longo de noventa anos atividades. O mapeamento do imenso território nacional. Desde a sua criação, em 31 de maio de 1980 passou por profundas transformações, tanto na sua estrutura organizacional como nos métodos de trabalho, utilizando-se dos mais modernos equipamentos cartográficos existentes no mercado mundial. Denominada, inicialmente, de Serviços Geográfico, apresentou como primeiro e histórico trabalho de mapeamento, através da comissão da carta Geral do Brasil criada em 1903, a execução do projeto de triangulação do Brasil, cobrindo, inicialmente, todo o Estado do Rio Grande do Sul. A partir de 1913 passou a denominar-se Serviço Geográfico Militar, tendo sido, nesse mesmo período, organizada a pioneira seção de estereofotogrametria, como primeiro passo na evolução das técnicas cartográficas daquela época.
Em 1932 o Serviço geográfico Militar passou a denominação de Serviço Geográfico do Exército, tendo a comissão da Carta Geral sido transformada na atual 1ª divisão de levantamento, com sede em porto Alegre. Até 1935 eram utilizados, ainda os métodos de levantamento com emprego da prancheta, porém, com o auxílio de fotografias aéreas que lhe proporcionavam efetiva melhoria na qualidade do produto final, a carta topográfica a partir do ano seguinte os métodos aerofotogramétricos foram efetivamente adotados pelo serviço cartográfico, proporcionando um grande impulso na evolução do mapeamento.

Com a criação da segunda divisão de levantamento em ponta Grossa -PR, passou o serviço geográfico a contar com maior capacidade de trabalho acelerando-se a atividade cartográfica em prol do desenvolvimento da nação. O DSG adotou em 1951 em continuação a sua constante evolução técnica, o Multiplex, aparelho destinado a restituição fotogramétrica, o mais moderno da época e que reduziu em grande parte as dificuldades dos trabalhos de campo.
Apartir de 1956 a DSG ingressou na era da eletrônica adotando modernos equipamentos destinados à medição de distâncias e a execução das aerotriangulações coadjuvadas para a crescente capacidade dos computadores. Isto permitiu um aumento substancial da produtividade da diretoria, a par de um acentuado apropriamento da técnica de confecção de suas cartas, compatível com o desenvolvimento do país.

A terceira divisão de levantamentos, foi criada em 1968 com sede em Olinda-PE afim de atender as necessidades cartográficas do nordeste.

A DSG foi instalada em Brasília em 1973, tendo sido criado em suas antigas instalações no Rio de Janeiro, no ano anterior o centro de operações cartográficas (COC), agora a quinta DL.

A diretoria, com a quarta DL, em 6 de julho de 1978, em Manaus, e a transferência da segunda DL para Brasília em 1981 passou a contar, em sua estrutura, com uma divisão de levantamentos em cada uma das 5 grandes regiões.

A DSG, que apartir de 1976 vem desempenhando a função de mapear grande parte da região amazônica, onde as condições da natureza não permitem o emprego dos métodos clássicos de levantamentos, adotou a moderna técnica do posicionamento através de rastreamento de satélites geodésicos.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

A fundação IBGE tem como objetivo básico assegurar a produção de informação estatística, geográficas, cartográficas, geodésicas, demográficas, sócio- económicas, de recursos naturais e de condições de meio ambiente, inclusive poluição, necessárias ao conhecimento da realidade física, económica e social do País, em seus aspetos considerados essenciais ao planeamento econômico e social e a segurança nacional.

As atividades técnicas de pesquisas, análise e estudos geodésicos e cartográficos e os levantamentos geodésicos e topográficos, mapeamento e outras atividades cartográficas são executadas pelas Superintendências de Geodesia e Cartografia, órgãos integrantes da Diretoria de Geodesia e Cartografia. Assim, a coleção, a transformação, geração e dessiminação abrange desde os levantamentos geodésicos até os produtos cartográficos ajustados ao nível de tecnologia e programas nacionais.
 
Fonte:
ANDRESON, P. S. PRINCÍPIOS DE CARTOGRAFÍA BÁSICA VOLUME No. 1 (Capítulos 1 a 7) da Série PRINCÍPIOS DE CARTOGRAFÍA, Editor – Coordenador: Paul S. Anderson.Incluindo Capítulos Traduzidos do Livro Maps, Distortion and Meaning por Mark S. Monmonier

Representações Cartográficas

Globo - representação esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade ilustrativa.

Mapa - representação plana, em escala pequena, delimitada por acidentes naturais ou políticos-administrativos, destinada a fins temáticos e culturais.

Cartas - representação plana, em escala média ou grande, com desdobramento em folhas articuladas sistematicamente, com limites de folhas constituídos por linhas convencionais, destinada a avaliação de distância e posições detalhadas.

Planta - tipo particular de carta, com área muito limitada e escala grande, com número de detalhes consequentemente maior.

Mosaiso - conjunto de fotos de determinada área, montadas técnica e artisticamente, como se o todo formasse uma só fotografia. Classifica-se como controlado, obtido apartir de fotografia aéreas submetidas a processos em que a imagem resultante corresponde à imagem tonada na foto, não controlado, preparado com o ajuste de detalhes de fotografia adjacentes, sem controle de termo ou correção de fotografia, sem preocupação com a precisão, ou ainda semicontrolado, montado combinando-se as duas características descritas.

Fotocarta - Mosaico controlado, com tratamento cartográfico.

Ortofotocarta - fotografia resultante da transformação de uma foto original, que é um perspectiva central do terreno, em uma projeção ortogonal sobre um plano.

Ortofotomapa - conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de uma determinada região.

Fotoíndice - montagem por superposição das fotografias, geralmente em escala reduzida. É a primeira imagem cartográfica da região. É o insumo necessário para controle de qualidade de aerolevantamentos utilizados na produção de cartas de método fotogramétrico.

Carta Imagem - imagem referênciada a partir de pontos identificáveis com coordenadas conhecidas, superposta por reticulado da projeção

Revista Geografia, Conhecimento Prático, n 23, p 54. ed. Escala