3 de fevereiro de 2011

Sistema Geodésico Brasileiro associado à Cartografia Digital

Para representar o nosso planeta o homem buscou um modelo matemático. Essa representação foi materializada através da “Geodésia”- "Ciência aplicada que estuda a forma, as dimensões e o campo de gravidade da Terra". Hoje, os métodos, de produção de mapas, assim como para atualização cartográfica evoluíram gradativamente, principalmente, com o advento de novos processos tecnológicos na área do levantamento geodésico.

O exemplo dessa evolução traduz-se através da cartografia digital, que se preocupa em representar o espaço geográfico através da entrada ou importação de dados do mundo real, para o universo computacional. Muitas cartas vêm sendo atualizadas e novos produtos vêm sendo gerados com base nos sistema geodésicos.

No Brasil, os Sistemas de superfície de referência, chamado de datum, adotados foram: Córrego Alegre e SAD-69. Sobre estes, realizam-se as medições que deram vida aos levantamentos das superfícies das regiões brasileiras. Ou seja, “estes sistemas foram às bases para o estabelecimento do referencial físico e geométrico necessário ao posicionamento dos elementos que compõem a paisagem territorial brasileiro” (D’ALGE, p. 3). Historicamente sabe-se que existiu um sistema de referência provisório entre Córrego Alegre e SAD 69, que foi o Astro Datum Chuá, e algumas cartas foram editadas neste sistema.

Os produtos cartográficos existentes no país, inclusive o mapeamento sistemático – cuja produção é de responsabilidade do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da DSG (Diretoria do Serviço Geográfico) - estão baseados em diferentes sistemas de referências. (DALAZOANA).

O Brasil, atualmente caminha para a adoção do SIRGAS (Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul e atualmente para as Américas). Este projeto “segue uma tendência atual, tendo em vista as potencialidades do GPS e as facilidades para os usuários, pois, com esse sistema, as coordenadas obtidas com GPS, relativamente a esta rede, podem ser aplicadas diretamente aos levantamentos cartográficos, evitando a necessidade de transformações e integração entre os dois referenciais (FREITAS; DALAZOANA, 2000). Passo fundamental para cartografia digital.

Segundo Dalazoana, “as potencialidades dos métodos de posicionamento por satélites, aliado ao fato dos sistemas ditos clássicos não possuírem precisão compatível com as atuais técnicas de posicionamento, fez com que muitos países adotassem sistemas de referência geocêntricos. Neste sentido, foi criado na América do Sul o projeto SIRGAS”

Contudo, a adoção de um novo referencial implica na necessidade de integração dos dados e mapas já gerados ao novo sistema. Nesse sentido é importante averiguar as implicações advindas da evolução do Sistema Geodésico Brasileiro e as implicações relacionadas à nova cartografia (digital) no país. Assim, a Cartografia segue uma tendência lógica tendo em vista os avanços tecnológicos e científicos e hoje se vale da futura adoção do SIRGAS como sistema oficial no Brasil.

Está nova cartografia digital, a qual, já estamos relativamente acostumados a conviver, em função de sempre precisarmos escolher um sistema de referência (datum), quando da elaboração de trabalhos, oferece a possibilidade de termos os mapas não mais como uma obra de arte, mas, como mapas válidos, úteis, comunicativos e compreendidos, e segue os princípios básicos das normas em vigor.

Referências Bibliográficas
D’ ALGE, J, C. Cartografia para o geoprocessamento. Instituto Nacional Pesquisa Espacial – INPE. Campinas, 1996.
DALAZOANA, R. Efeitos na Cartografia devido a evolução do Sistema Geodésico Brasileiro e a Adoção de um Refereêncial geométrico, Revista Brasileira de Cartografia Nº 54, Paraná, Disponível em: http://www.rbc.ufrj.br/_pdf_54_2002/54_07.pdf
FITZ, P, R. Cartografia básica. Nova edição, São Paulo: Oficina do Texto, 2008.
Noções básicas de Cartografia, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, p.12, Rio de Janeiro. 1998.

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Representações Cartográficas

Globo - representação esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade ilustrativa.

Mapa - representação plana, em escala pequena, delimitada por acidentes naturais ou políticos-administrativos, destinada a fins temáticos e culturais.

Cartas - representação plana, em escala média ou grande, com desdobramento em folhas articuladas sistematicamente, com limites de folhas constituídos por linhas convencionais, destinada a avaliação de distância e posições detalhadas.

Planta - tipo particular de carta, com área muito limitada e escala grande, com número de detalhes consequentemente maior.

Mosaiso - conjunto de fotos de determinada área, montadas técnica e artisticamente, como se o todo formasse uma só fotografia. Classifica-se como controlado, obtido apartir de fotografia aéreas submetidas a processos em que a imagem resultante corresponde à imagem tonada na foto, não controlado, preparado com o ajuste de detalhes de fotografia adjacentes, sem controle de termo ou correção de fotografia, sem preocupação com a precisão, ou ainda semicontrolado, montado combinando-se as duas características descritas.

Fotocarta - Mosaico controlado, com tratamento cartográfico.

Ortofotocarta - fotografia resultante da transformação de uma foto original, que é um perspectiva central do terreno, em uma projeção ortogonal sobre um plano.

Ortofotomapa - conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de uma determinada região.

Fotoíndice - montagem por superposição das fotografias, geralmente em escala reduzida. É a primeira imagem cartográfica da região. É o insumo necessário para controle de qualidade de aerolevantamentos utilizados na produção de cartas de método fotogramétrico.

Carta Imagem - imagem referênciada a partir de pontos identificáveis com coordenadas conhecidas, superposta por reticulado da projeção

Revista Geografia, Conhecimento Prático, n 23, p 54. ed. Escala