8 de julho de 2011

MODELO NUMÉRICO DE TERRENO (MNT) OU MODELO DIGITAL DE TERRENO (MDT)

Uma das modelagens mais utilizadas em geotecnologias diz respeito à elaboração de MNT’s ou MDT’s, ou seja, respectivamente, Modelo Numérico do Terreno ou Modelo Digital de Terreno. Tais nomenclaturas obedecem à idéia de que esse tipo de modelagem procura representar digitalmente o comportamento da superfície do planeta.

Atualmente, porém, essa visão tornou-se um pouco mais abrangente, podendo esse modelo ser considerado como representação digital da variação contínua de qualquer fenômeno geográfico que ocorre na superfície ou mesmo na atmosfera terrestre. Para isso, entretanto, são necessários a aquisição e o processamento de uma grande quantidade de dados, o que poderá gerar algum transtorno.

Representação de MNT’s (Modelo Numérico do Terreno).

Em termos gerais, pode-se afirma que os Modelos Numéricos do Terreno podem ser representados matematicamente por meio de pontos e linhas (no plano) ou grades de pontos e polígonos (para superfícies tridimensionais). Esses modelos proporcionam, portanto, a possibilidade de construção de uma superfície tridimensional a partir de atributos de dados dispostos no sistema.


Figura 1 - Imagem, curvas de níveis (isoípas) de uma área com valores altimétricos (cotas).

No trabalho com o formato matricial, tem-se que cada pixel de uma imagem possui um conjunto de três coordenadas: duas de posição (x e y) atributo, a coordenada z. Estas, por exemplo, podem corresponder respectivamente às coordenadas de longitudes, latitudes e altitude.

Dentro do ambiente vetorial a representação é dada por linhas com valores constantes, as chamadas isolinhas. A quantidade de isolinhas moldará o modelo e quanto maior o valor, tanto maior será o detalhamento e precisão do modelo.

Para a geração de um Modelo Numérico do Terreno (MNT), em geral, deve-se:

  • Realizar um levantamento dos dados disponíveis e procurar caracterizá-lo espacialmente. Normalmente, trabalha-se com dados pontuais (altitudes do terreno, temperatura, pluviosidade de estações metrológicas etc.) ou com isolinhas, isotermas, isóbaras, isoípsas etc.
  • Introduzir os dados no sistemas (digitalização/vetorização);
  • Traçar as representações isolinhas a partir dos dados pontais (dispostos em tabelas, desde que o georeferrenciamento, ou mesmo em mapas);
  • Estabelecer os parâmetros de interpolação dos posntos;
  • Aplicar o módulo de respectivos softwares para a geração do modelo.
Alguns softwares trabalham diretamente com pontos georeferrenciados. Cada ponto plotados no mapa terá um coordenada (x,y) específicas e um valor (z) conhecido. No caso das isolinhas, cada curva terá uma infinidade desses pontos.

É importante recordar que as isolinhas são construções com base em distribuições pontuais, com o auxilio de interpoladores, conforme será visto a seguir.

Os Modelo Numérico do Terreno (MNT) são utilizados para trabalhos com bacias hidrográficas, cálculos de declividades, estabelecimento de perfil topográficos, elaboração de mapas de orientações de vertentes, confecções de zoneamentos climáticos e outras soluções que utilizam dados pontuais.

As figuras 2 ilustram a geração de um modelo tridimensional a partir de isolinhas e suas derivação para MNT.

Figura 2 - Representação tridimensional do MNT da Figura 1.
 
Bibliografia
FITZ, P.R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina do Texto, 2008.

Um comentário:

Representações Cartográficas

Globo - representação esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade ilustrativa.

Mapa - representação plana, em escala pequena, delimitada por acidentes naturais ou políticos-administrativos, destinada a fins temáticos e culturais.

Cartas - representação plana, em escala média ou grande, com desdobramento em folhas articuladas sistematicamente, com limites de folhas constituídos por linhas convencionais, destinada a avaliação de distância e posições detalhadas.

Planta - tipo particular de carta, com área muito limitada e escala grande, com número de detalhes consequentemente maior.

Mosaiso - conjunto de fotos de determinada área, montadas técnica e artisticamente, como se o todo formasse uma só fotografia. Classifica-se como controlado, obtido apartir de fotografia aéreas submetidas a processos em que a imagem resultante corresponde à imagem tonada na foto, não controlado, preparado com o ajuste de detalhes de fotografia adjacentes, sem controle de termo ou correção de fotografia, sem preocupação com a precisão, ou ainda semicontrolado, montado combinando-se as duas características descritas.

Fotocarta - Mosaico controlado, com tratamento cartográfico.

Ortofotocarta - fotografia resultante da transformação de uma foto original, que é um perspectiva central do terreno, em uma projeção ortogonal sobre um plano.

Ortofotomapa - conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de uma determinada região.

Fotoíndice - montagem por superposição das fotografias, geralmente em escala reduzida. É a primeira imagem cartográfica da região. É o insumo necessário para controle de qualidade de aerolevantamentos utilizados na produção de cartas de método fotogramétrico.

Carta Imagem - imagem referênciada a partir de pontos identificáveis com coordenadas conhecidas, superposta por reticulado da projeção

Revista Geografia, Conhecimento Prático, n 23, p 54. ed. Escala