27 de maio de 2011

MAPEAMENTO DA CRIMINALIDADE - DO ALFINETE AO COMPUTADOR


O mapeamento da criminalidade é há muito parte integrante do processo conhecido hoje como análise da criminalidade. O departamento de polícia da cidade de Nova Iorque, por exemplo, utiliza mapas desde, no mínimo, 1900.

O mapeamento da criminalidade tradicional consistia em alfinetes pregados em uma representação 'jumbo' de uma área (figura 1.1).
Fig. 1.1

Os antigos mapas de alfinetes eram úteis por mostrarem onde os crimes ocorriam, mas contavam com graves limitações. Na medida em que eram atualizados, os padrões de criminalidade anteriores eram perdidos, exceto talvez quando eram fotografados.

  • Mapas estáticos; não podiam ser manipulados ou investigados.
  • Dificuldade de acompanhar uma série de roubos que ultrapassasse a duração de um mapa de alfinetes (uma semana ou um mês).
  • Mapas eram de difícil leitura quando misturava-se diversos tipos de crime - normalmente representados por alfinetes de diferentes cores.

Fig 1.2 - Mapeamento da criminalidade no bairro Maguari - Ananindeua-PA
Fonte: Amazônia Jornal - Domingo, 22 maio de 2011

Geralmente os mapas de alfinetes ocupavam espaços consideráveis nas paredes; Canter (1997). Os mapas de alfinetes tem seu valor limitado, mas, podem ser utilizados de modo eficaz, porém por um período curto de tempo.

Estes mapas são utilizados ainda hoje, porque suas grandes escalas permitem a visualização detalhada de toda uma área. Contudo, hoje podemos fazer mapas de alfinetes "virtuais" no computador, utilizando alfinetes ou outros ícones como símbolos (figura 1.2).

Na última década, a abordagem manual do mapeamento com alfinetes deu lugar ao mapeamento computadorizado - mais especificamente, ao mapeamento computadorizado desktop.


Desde meados da década de 80, e especialmente no início da década seguinte - quando a velocidade de processamento do computador aumentou dramaticamente - o mapeamento desktop se tornou rápido e comum, auxiliado e estimulado pela disponibilidade de impressoras coloridas a preços razoáveis.

O que tudo isso tem a ver com o mapeamento da criminalidade de hoje?

O recente acesso ao mapeamento desktop significa que um número nunca visto de indivíduos tem a tarefa ou a oportunidade de produzir mapas para as análise da criminalidade. Todavia, muitos são os policiais e outras pessoas, envolvidas no mapeamento da criminalidade, não recebem ou não receberam treinamento formal para a construção de mapas.

O mapeamento, no sentido geográfico da palavra, da criminalidade é um trabalho fundamental para o entendimento do fenômeno da criminalidade e da violência e possibilita soluções podem geram imensos diagnósticos.


 
Alguns trabalhos relacionados ao tema:

Dinâmica Espacial Criminal: Entendendo o Comportamento Geográfico e Temporal da Criminalidade
: Disponível em: http://blog.geoprocessamento.net/tag/geo-aplicado/

ESPACIALIZAÇÃO DA CRIMINALIDADE NO CENTRO HISTÓRICO DE BELÉM: o uso do geoprocessamento para a definição de diretrizes de intervenção. Disponível em: .http://geopara.blogspot.com/2011/02/espacializacao-da-criminalidade-no.html

Bibliografia

KEITH, Harrieslivro. Mapeamento da Criminalidade. U.S. Department of Justice, 810 Seventh Street N.W. Washington, DC 20531.

Um comentário:

  1. Olá Leonardo,

    Muito boa a postagem... Eu diria até que hoje essa atividade de mapeamento da criminalidade já está sendo feita pela própria sociedade com o uso do Wikcrimes http://geotecnologias.wordpress.com/2010/08/10/novidades-wikicrimes/ e que por efeito das novas geotecnologias, já saímos do ambiente desktop... Espero que esse mapeamento não seja só mais um mapa pregado na parede e que políticas públicas possam ser implementadas em benefício da sociedade.

    Um abraço.

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Representações Cartográficas

Globo - representação esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade ilustrativa.

Mapa - representação plana, em escala pequena, delimitada por acidentes naturais ou políticos-administrativos, destinada a fins temáticos e culturais.

Cartas - representação plana, em escala média ou grande, com desdobramento em folhas articuladas sistematicamente, com limites de folhas constituídos por linhas convencionais, destinada a avaliação de distância e posições detalhadas.

Planta - tipo particular de carta, com área muito limitada e escala grande, com número de detalhes consequentemente maior.

Mosaiso - conjunto de fotos de determinada área, montadas técnica e artisticamente, como se o todo formasse uma só fotografia. Classifica-se como controlado, obtido apartir de fotografia aéreas submetidas a processos em que a imagem resultante corresponde à imagem tonada na foto, não controlado, preparado com o ajuste de detalhes de fotografia adjacentes, sem controle de termo ou correção de fotografia, sem preocupação com a precisão, ou ainda semicontrolado, montado combinando-se as duas características descritas.

Fotocarta - Mosaico controlado, com tratamento cartográfico.

Ortofotocarta - fotografia resultante da transformação de uma foto original, que é um perspectiva central do terreno, em uma projeção ortogonal sobre um plano.

Ortofotomapa - conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de uma determinada região.

Fotoíndice - montagem por superposição das fotografias, geralmente em escala reduzida. É a primeira imagem cartográfica da região. É o insumo necessário para controle de qualidade de aerolevantamentos utilizados na produção de cartas de método fotogramétrico.

Carta Imagem - imagem referênciada a partir de pontos identificáveis com coordenadas conhecidas, superposta por reticulado da projeção

Revista Geografia, Conhecimento Prático, n 23, p 54. ed. Escala