A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará, através do Corpo de Bombeiro, adotar uma política de divulgação de dados estatísticos dos principais tipos de ocorrências atendidas pela instituição. Os dados dos incêndios têm com objetivo ilustrar e indicar um processo sistemático de produção de conhecimento realizado a partir do estabelecimento de métodos e análise estatística dos registros relativos às ocorrências de incêndios do banco de dados do SISCOB (Sistema de Cadastro de Ocorrências de Bombeiros).
Analisando e comparando os anos de 2009 e 2011, a cidade de Belém teve uma diminuição nos números de incêndios. Em 2009 o Corpo de Bombeiros Militar registrou 764 ocorrências de incêndios com intervenção e em 2011 este valor diminuiu para 502 incêndios, correspondendo a uma redução de (25%) dos casos. A queda poder será atribuída à política de segurança pública implementada pelo Sr Comandante Geral Coronel Donato Teixeira Junior, através da descentralização dos serviços, que permiti a otimização dos recursos humanos e materiais do CBMPA.
Análise Exploratória dos Incêndios
Em Belém as chamadas de incêndio em 2011 ocorreram a qualquer hora do dia, contudo, alcançaram seu maior valor às 17 horas com 31 ocorrências de incêndios. Observa-se na Figura 1, uma evolução nas chamadas de incêndios entre os horários de 7horas e 17 horas e uma redução considerável nos horários das 13 horas no ano de 2011.
Figura 1: Distribuição dos incêndios por horas - 2011.
Fonte: Dados: SISCOB – CBMPA. Elaboração própria.
Chama a atenção, em primeiro lugar, as fortes oscilações no número de atendimentos, em segundo, a evolução a partir das 7 horas da manhã. Na Figura 1, distribuição de incêndio por horário de chamada de 2011, evidencia crescimento positivo em níveis variados nas chamadas de incêndios. A partir de 7h até as 11h houve um aumento de (83%) no número de ocorrências, chegando ao valor de 28 ocorrências às 11h. O terceiro ponto é a queda de (60%) nas ocorrências de incêndios às 11h e posteriormente uma evolução significativa de (64%) nos atendimentos às 17 horas.
Em 2011 o mês de agosto apresentou o maior número de atendimentos de incêndios. Registrou-se 73 intervenções do corpo de bombeiros que corresponde a (14%) do total de ocorrências, significando uma média de dois incêndios ao dia. Conforme a Tabela 1, o mês de maio com (11%) e Junho (10,5%) de atendimento ficam respectivamente na 2ª e 3ª posição em atendimento com intervenção pelo CBMPA. Contudo, observa-se que o mês fevereiro representou o menor atendimento, 25 ocorrências de incêndio. A média de atendimento em 2011 foi de 41 incêndios por mês, ou seja, mais de um incêndio ao dia.
Na Figura 2, tem-se a evolução das ocorrências de incêndios por meses no ano de 2011. Observa-se uma elevação de mais de (39%) no número de ocorrências do mês de julho para agosto e uma queda de (47%) de agosto para setembro. O Final do ano entre os meses de outubro houve um pequeno aumento (3 ocorrências) e a partir daí manteve-se estável com um incêndio por dia.
Figura 2: Evolução dos incêndios por mês - 2011.
Fonte: Dados: SISCOB – CBMPA. Elaboração própria.
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais consumidos pelas chamas, neste contexto, os incêndios são agrupados em quatro classes em função dos agentes extintores. Na tabela 2, pode-se observar que a “Classe A” representa (63,8%) do número de matérias consumido pelas chamas em Belém. O incêndio de “Classe A” é aquele que tem como fonte de combustível os materiais sólidos, tais como: madeira, tecido, papéis, borrachas, plásticos e fibras orgânicas, que queimam em superfície e profundidade, deixando resíduo. Logos, os dados apresentados determinam que as cargas de combustíveis presentes sejam características de edificações do tipo residenciais. A “Classe D” que é a classificação de fogo em metais combustíveis, tais como magnésio, titânio, alumínio, zircônio, sódio, potássio e lítio, representou em 2011 (0%) dos incêndios combatidos pelo CBMPA.
Na Figura 3, observar-se que os incêndios de Belém atingiram madeira, tecidos, papéis, borrachas, plásticos que queimam em superfície e profundidade, deixando resíduos. A segunda classe de fogo com maior número de ocorrência envolve equipamentos e instalações elétricas energizados. Logo, a classe C corresponde a (35,4%) do número total de incêndio de Belém. Isso esclarece que de acordo com as classes de incêndios, em Belém as ocorrências, em sua a maioria teve inicio ou envolveram de forma direta ou indireta materiais energizados.
Em 2011 os sinistros de incêndios em residências corresponderam a (26%) dos fogos combatidos. No comércio teve-se 39 intervenções do CBMPA, portanto, bairros como Campina e Cidade Velha, no aspecto de segurança, estão expostos a risco de incêndio, em função, de muitos dos antigos prédios possuírem instalações elétricas antigas, carentes de manutenção preventiva ou corretivas. Outro fato que contribui para o risco de incêndio nos bairros do comércio é a estocagem irregular de grande quantidade de fogos de artifícios no interior de lojas.
Figura 10: Mapa quntitativo de incêndio e Box Mapa do quantitativo de incêndios, ocorridos no município de Belém em 2011, por bairro. Fonte: Elaboração Santos, L.S
Figura 3: Distribuição do número de ocorrências de incêndios por classe do fogo - 2011.
Fonte: Elaboração própria. Dados: SISCOB – CBMPA.
Os incêndios urbanos também são classificados conforme o tipo: Edificações, transporte, vegetação e outros. A tabela 3 apresenta os tipos de incêndios que ocorreram em maior número foram em edificações (62%). Logo, confirma-se que os incêndios de “Classe A”em edificações onde é freqüente a permanência de pessoas como residenciais, pois, nos incêndios urbanos o mais comum e que a sua origem seja no comportamento negligente durante atividades tão banais como cozinhar ou fumar.
A Figura 4, apresenta a distribuição do número de ocorrências por tipo e percebe-se que “Outros” representa mais da metades do incêndios, significando-se que o Corpo de Bombeiro está atuando em combate de novo tipos de incêndios como por exemplo, fogo em medidores de energias fixados em poste em via pública.
Figura 4: Número de ocorrência de incêndios de acordo por tipo - 2011.
Fonte: Dados: SISCOB – CBMPA. Elaboração própria.
Em 2011 os sinistros de incêndios em residências corresponderam a (26%) dos fogos combatidos. No comércio teve-se 39 intervenções do CBMPA, portanto, bairros como Campina e Cidade Velha, no aspecto de segurança, estão expostos a risco de incêndio, em função, de muitos dos antigos prédios possuírem instalações elétricas antigas, carentes de manutenção preventiva ou corretivas. Outro fato que contribui para o risco de incêndio nos bairros do comércio é a estocagem irregular de grande quantidade de fogos de artifícios no interior de lojas.
A Figura 5 evidencia que pode ser em função de fogo em medidores energia a causa do grande número de incêndios em via pública (51%), pois, os mesmo encontram-se instalados em poste em via pública. Todavia, em via pública estão também inseridos os incêndios e automóveis e aqueles provocados por protestos e manifestações populares.
Figura 5: Locais das ocorrências de incêndios atendidas pelas UBM do CBMPA – 2011.
Fonte: Dados: SISCOB – CBMPA. Elaboração própria.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará, através Centro Integrado de Operações (CIOP), tem auxiliado redução dos atendimentos em grandes incêndios. Observa-se na Tabela 5 que (81,3%) das ocorrências são de combates a princípio de incêndio. Podendo-se concluir que o CIOP tem conseguido coletar as informações básicas como nome do solicitante, endereço (proximidade sem confirmação), e tipo de ocorrência, e repassado através de rádio para o quartel do corpo de bombeiros que julga estar mais próximo do local da ocorrência. Isso representa um menor tempo-resposta do CBMPA nos atendimentos de incêndios, evitando assim que o fogo alastre-se e evolua.
Análise Espacial dos Incêndios
A partir da espacialização das ocorrências de incêndio dos boletins de ocorrências de incêndio, do banco de dados do SISCOB (Sistema de Cadastro de Ocorrências de Bombeiros) em 2011, elaboraram-se mapas temáticos para representar a dinâmica espacial dos incêndios urbanos, área de risco e significância.
A Figuras 9 tem-se a visualização do mapeamento por bairros das ocorrências de incêndios ocorridos no município de Belém em 2011.
Figura 10: Mapa quntitativo de incêndio e Box Mapa do quantitativo de incêndios, ocorridos no município de Belém em 2011, por bairro. Fonte: Elaboração Santos, L.S
O estudo revela que as áreas de maior incidência de incêndios estão localizadas na sua grande maioria nas áreas sul e norte cidade, ou seja, no centro em função, de muitos dos antigos prédios possuírem instalações elétricas antigas, carentes de manutenção preventiva ou corretivas. Outro fator que contribui para o risco de incêndio no centro de Belém, principalmente na área comercial, é a estocagem irregular de grande quantidade de fogos de artifícios no interior de lojas.
A área sul, periferia, geralmente ocupados por moradores que foram “empurrados” pelas especulações imobiliárias, ou migrantes, de baixa renda, que se deslocam para essas regiões em função dos valores elevados dos imóveis nas aeras centrais da cidade. Neste contexto, nota-se o aparecimento cada vez maior ao longo do tempo de ocupações irregulares, onde os riscos de incêndio ficam por conta: do uso de velas próximo a cortinas; do uso indevido dos bujões à gás; da sobrecarga na fiação elétrica pelo uso de vários aparelhos numa mesma tomada; fios desencapados; etc.
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