1. INTRODUÇÃO
A conservação de áreas de florestas na Amazônia vai além dos
discursos idealistas, pois esses ambientes fornecem serviços ambientais
essenciais que vão desde a manutenção do ciclo hidrológico e da biodiversidade
até a garantia de oferta em possíveis mercados de carbono (Fearnside, 2013).
O Brasil possui condições ambientais favoráveis que o coloca em
vantagens frente aos recursos naturais disponíveis, principalmente quanto ao
aspecto bacias hidrográficas, como é o caso da Bacia Amazônica. Com isso, o uso
conservacionista dos recursos hidrológicos demanda de investigações para
apontar áreas críticas à preservação de ecossistemas aquáticos (Artaxo, 2007).
Um corpo hídrico em equilíbrio ecológico, que garanta a saúde e o
bem-estar humano, depende que parâmetros físicos, químicos e biológicos estejam
dentro de um nível de qualidade avaliado por condições e padrões específicos
que assegurem seus usos preponderantes, conforme Resolução nº 357, do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2005). A Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo (CETESB, 2012) destaca, por exemplo, que variações bruscas de
temperatura em uma faixa de 3,0 a 4,0 º C no mesmo dia podem ser letais para
algumas espécies e que condições de pH podem corresponder à formação de um
ecossistema mais diversificado tanto em meios aeróbicos quanto em anaeróbicos
(CETESB, 2006).
Silva et al. (2008) apontam 6 (seis) parâmetros fundamentais:
temperatura, pH, turbidez, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido e sólidos
em suspensão. Na Amazônia, em específico, os ecossistemas aquáticos são
importantes tanto para o ciclo da água regional, quanto para a energia
hidrelétrica e utilizações da água em outras regiões do globo (Fearnside, 2004;
2013).
As
avaliações de qualidade hídrica expressam o estado de uso e conservação em uma
bacia hidrográfica e, portanto, auxiliam na tomada de decisão sobre a
manutenção do equilíbrio ecológico. Espera-se que áreas legalmente protegidas
na Amazônia possam fornecer bens e serviços ecossistêmicos às populações, bem
como manter a biodiversidade.
No entanto, percebe-se que muitas Unidades de Uso
Sustentável estão sendo ameaçadas com perdas de suas áreas demarcadas, como é o
caso da Floresta Nacional do Tapajós, localizada a oeste do estado do Pará, na
Amazônia brasileira. Observa-se que, desde a sua criação na década de 70 do
século passado (Brasil, 1974), houve redução de aproximadamente 4% do
território demarcado. A recente retirada do município de Aveiro e da comunidade
São Jorge (Brasil, 2012) reforçam que processos históricos associados a
possíveis pressões decorrentes da expansão da fronteira agrícola na região, por
exemplo, podem ameaçar a sustentabilidade se os sistemas de produção não
utilizarem práticas conservacionistas, conforme ressaltam Martorano et al.
(2004; 2012). Os processos de degradação das terras estão associados a fatores
edáficos, climáticos e antrópicos (Manzatto et al., 2002).
A análise integrada dos sistemas aquático e terrestre, no espaço e
no tempo, permite concluir que a degradação da qualidade da água se deve às
alterações no uso e cobertura da terra e ao aumento populacional, traduzidos em
fontes difusas e pontuais de poluição (Prado e Novo, 2006). Ao avaliarem
constituintes oticamente ativos na água, usando imagens hiperespectrais,
Rudorff et al. (2006) identificaram três padrões de variação temporal e
espacial no período de cheia e de vazante em águas brancas do Amazonas e águas
claras do Tapajós, ou seja, aumento e reduções nas concentrações de matéria
inorgânica em suspensão nos rios e de ocorrência de fitoplânctons nos lagos,
refletindo na qualidade da água desses rios.
Quanto
ao diagnóstico de qualidade de água, destacam-se na Amazônia os trabalhos de
Siqueira et al. (2012) e Alves et al. (2012). No primeiro, os autores ressaltam
a influência da expansão urbana ao longo do rio Parauapebas em áreas próximas
às reservas de mata ciliar. O segundo trabalho, realizado no rio Arari, na Ilha
do Marajó, revelou um processo de eutrofização natural, com fontes de
contaminação antrópica incipientes, o que, no entanto, não anula o alerta em um
processo de longo prazo.
Nesse contexto, objetivou-se avaliar condições físico-químicas e
biológicas em águas superficiais para apontar evidências de uso
conservacionista em áreas no entorno da Flona Tapajós (oeste do estado do Pará)
para subsidiar possíveis estratégias sustentáveis na região de estudo.
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Área de estudo
A Unidade de Uso Sustentável, Floresta Nacional do Tapajós, está
localizada a oeste do estado do Pará, com coordenadas geográficas 2º 45’ a 4º
10’ S e 54º 45’ a 55º 30’ W. A Floresta Nacional do Tapajós é a 13ª Flona
criada no país em um total de 66 existentes em 2004 e, a segunda criada na
região Norte, bem como a segunda no Estado do Pará. Pela Lei Federal nº 12.678
de junho de 2012, a área da Flona Tapajós foi reduzida em aproximadamente 4% de
seu tamanho original. Estas áreas passaram a ser consideradas como áreas de
amortecimento desta UC. Esta redução pode acarretar em possíveis ameaças na
manutenção de bens e serviços que a Flona oferece às populações, provocando com
o passar dos anos, alterações no modo de vida das comunidades da Flona e
entorno, aumentando assim as pressões nesta unidade de conservação. De acordo
com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC, 2002), uma Floresta
Nacional (ou Flona) caracteriza-se como uma área com cobertura florestal com
predominância de espécies nativas e seu objetivo básico é o uso múltiplo
sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica.
Com base no Plano de Manejo da Flona Tapajós, existe a integração
de diferentes agrupamentos humanos que desenvolvem atividades tradicionais de
sistema de produção, combinando cultivo de roçados, extrativismo, manejo
agroflorestal, caça, criação de pequenos animais e pesca. As populações
integradas são: comunidades ribeirinhas, indígenas, assentamentos e posseiros
(IBAMA, 2004), totalizando, atualmente 25 (vinte e cinco) comunidades, das
quais 23 (vinte e três) estão situadas na zona ribeirinha.
Quanto ao acesso, este pode ser por vias fluviais, principalmente
pelo rio Tapajós, ou terrestres, através da Rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém).
A rede hidrográfica da Flona caracteriza-se pela divisão de calhas
do rio Tapajós, além de abrigar a nascente do rio Moju, afluente do rio
Curuá-Una, cuja foz é no rio Amazonas, na região urbana de Santarém.
2.2. Levantamento de dados de campo
Tendo
em vista as dificuldades financeiras e a distância entre Belém e a área de
estudo, localizada próximo a Santarém, decidiu-se planejar as coletas de campo
na Flona Tapajós no período de menor oferta pluvial na região. Ressalta-se que
esses pressupostos metodológicos foram apenas em função de custos e apoio
logístico.
Para subsidiar as avaliações do regime pluvial, utilizou-se uma
série histórica de 40 anos (1972 a 2012) do município de Belterra (2,63 º
Latitude S; 44,95 º Longitude W e 155,74 metros de Altitude), a partir dos
dados meteorológicos disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET). Também foram utilizados dados das Normais Climatológicas (INMET,
2009), bem como os dados referentes ao ano de 2012, gentilmente cedidos pelo
INMET, utilizando acesso permitido no Banco de Dados Meteorológicos para Ensino
e Pesquisa (BDMEP). Assim sendo, no período de menor oferta pluvial procurou-se
identificar ao longo do rio Tapajós elementos que apontassem evidências do
estado de conservação na Unidade de Uso Sustentável (Flona).
O trabalho ocorreu após a capacitação da equipe, contando com o
planejamento, separação de materiais e definição de variáveis investigadas a
campo. Nessa etapa foram listados os itens necessários para garantir o sucesso
do trabalho de campo. Cada item foi cuidadosamente conferido (check-list)
para preservação, manuseio e transporte das amostras, bem como as
possibilidades de análises in situ e ex situ dentro dos prazos de
validade, seguindo os protocolos de amostragem e análise de corpos d´água,
padronizada pelo Standard Methods for Water and Wastewater (APHA, 2005)
e regulamentados no Brasil pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
do Estado de São Paulo (CETESB, 2011).
O período de viagem foi de 17 a 20 de dezembro de 2012. Nos dias
anteriores fez-se reconhecimento e identificação de uso e cobertura do solo,
utilizando o GPS (Global Position System) da marca Garmin Etrex de
12 canais, do tipo métrico de navegação, com precisão planimétrica aceitável.
Essas informações foram coletadas via terrestre, ao longo da Rodovia BR-163, e
via fluvial, no dia de coletas para compor a base de dados no âmbito do Projeto
ROBIN (Role of Biodiversity in Climate Change Mitigation), no qual a
pesquisa foi inserida.
Os
dados obtidos com o GPS foram descarregados e plotados pela equipe do
Projeto ROBIN. As informações dos locais de coletas foram identificadas no mapa
de localização, contando-se com colaboração da equipe de geoprocessamento que
utilizou a ferramenta Quantum Gis 2.0, licenciado pela General Public
License. Os pontos foram associados à base de dados agregados do Instituto
Brasileiro de Geografias e Estatísticas (IBGE, 2013).
As coletas de água no rio Tapajós, no entorno da Flona, ocorreram
no dia 19 de Dezembro. As amostras foram armazenadas, transportadas para Belém
e levadas aos laboratórios para análise dos parâmetros. Foram selecionados 10
(dez) pontos de coleta no rio Tapajós e, em cada ponto, foram retiradas 4
(quatro) alíquotas, totalizando 40 (quarenta) amostras.
Neste contexto, a campanha iniciou às 6h00 do dia 19 de dezembro
de 2012 com a saída das docas da cidade de Santarém, no entanto a primeira
coleta só ocorreu após as 13h00, devido à distância da Flona e o período de
reconhecimento via fluvial. A conclusão com retorno à Santarém foi às 20h00 do
mesmo dia.
Ressalta-se que a equipe contou com o apoio oficial do 4°
Grupamento Bombeiros Militar (Santarém, Pará), que forneceu suporte de pessoal
e lancha para deslocamento no rio Tapajós.
As
amostras de água foram coletadas em frascos de polietileno quimicamente inertes
com tampas autolacráveis e frascos para oxigênio dissolvido, de vidro
borossilicato com tampa esmerilhada e estreita (pontiaguda) e foram
transportadas em caixas térmicas lacradas e mantidas em conservação a uma
temperatura de + 4,0ºC.
Com a utilização de um termômetro de mercúrio aferiu-se a
temperatura (ºC) superficial em cada ponto de coleta. Além disso, utilizou-se o
disco de Secchi para determinar a coluna de transparência da água. O disco
circular possui quatro divisões intercaladas com cores pretas e brancas e um
cabo graduado para auxiliar na identificação da profundidade de visualização do
disco. De acordo com a CETESB (2011), a medida de transparência pode ser
considerada uma variável de qualidade, uma vez que estima a profundidade da
zona fótica, ou seja, a profundidade de penetração vertical da luz solar na
coluna d’água, que indica o nível da atividade fotossintética naquele corpo
hídrico.
Os demais parâmetros (pH, Sólidos Totais, Fósforo total, Oxigênio
Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio, Turbidez, Nitrogênio Total,
Coliformes Totais, Coliformes Termotolerantes e Condutividade) foram
determinados em laboratório.
Deu-se prioridade às análises que demandavam prazo de conservação
menor que 24 horas, como: Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Coliformes
Totais e Termotolerantes e Nitrogênio Total (Nt).
Destaca-se que o as amostras para Oxigênio Dissolvido (OD) foram
fixadas, a campo, com 2 mL de Iodeto de Azida e 2 mL de Sulfato de Manganês,
sendo levadas ao laboratório onde foram retiradas alíquotas para determinação
do oxigênio dissolvido pelo método titulométrico de Winkler (Gatti et al.,
2002), como descrito em APHA (2005). As alíquotas foram rigorosamente
codificadas em consonância com a respectiva marcação em GPS e o horário da
coleta, além de serem detalhadas em fichas individuais que incluíam as
coordenadas, condições de tempo como chuva, nebulosidade e temperatura do ar,
no dia da coleta e nas últimas vinte e quatro horas.
Os dados adquiridos por via terrestre e fluvial foram
georreferenciados e geraram o mapa de localização (Figura 1) da região
contemplada nas ações desta pesquisa. Observa-se que as amostras foram
coletadas no rio Tapajós próximo a comunidades e regiões de potencial atrativo
turístico.
Um
corpo hídrico pode também ser caracterizado por meio da inferência de um
indicativo de qualidade. O Índice de Qualidade de Água (IQA) foi desenvolvido
pela National Sanitation Foundation (NSF), dos Estados Unidos, e
sintetiza em um fator único global a qualidade de água, a partir da ponderação
de nove parâmetros (Coliformes Termotolerantes, pH, DBO, Nitrogênio e Fósforo
total, Temperatura, Turbidez, Sólidos e Oxigênio Dissolvido) considerados mais
representativos para a caracterização da qualidade da água (Von Sperling,
2007). No Brasil, o IQA da NSF foi modificado pela CETESB, que substituiu o
Nitrato por Nitrogênio total e amplia as faixas nacionais de tolerância de
níveis de IQA.
Figura 1. Localização dos pontos de coleta no rio Tapajós – Amazônia, Brasil.
A cada parâmetro aplica-se um peso e o resultado das equações das
curvas de qualidade são calculados a partir da Equação 1, que é o produtório
das notas individuais de cada parâmetro, elevada aos respectivos pesos:
(1)
em que,
IQA representa o Índice de Qualidade das Águas (número entre 0 e
100); qi é a qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100,
obtido da respectiva "curva média de variação de qualidade", em
função de sua concentração ou medida; wi é o peso correspondente ao i-ésimo
parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído em função da sua importância para a
conformação global de qualidade e i refere-se ao número do parâmetro, variando
de 1 a 9, ou seja, o número de parâmetros que compõem o IQA. Os valores dos
índices variam entre 0 e 100 e a qualidade da água é classificada por faixas de
IQA (Tabela 1).
Tabela 1. Faixas para classificação do IQA, segundo NSF e CETESB.
2.3. Análise estatística descritiva, agrupamentos e componentes
principais
As análises estatísticas foram realizadas com o apoio de parceiros
científicos da ESALQ/USP, que utilizaram o programa SAS (SAS, 2008). As
variáveis usadas no tratamento estatístico foram: pH, Sólidos Totais (mg L-1),
Fósforo total (mg L-1), Oxigênio Dissolvido (mg L-1), Demanda Bioquímica de
Oxigênio (mg L-1), Turbidez (UNT), Temperatura da água (º C), Nitrogênio Total
(mg L-1), Coliformes Termotolerantes e Coliformes Totais (NMP 100 mL-1),
Transparência (cm), Condutividade (μS cm-1) e Índice de Qualidade de Água
(IQA).
Destaca-se
que foram aplicados dois métodos de análises multivariadas: agrupamento (clusters)
e análise de componentes principais. Os componentes principais foram obtidos
por meio da matriz de correlação para que não houvesse predominância em relação
às variáveis com maiores variâncias. A partir da matriz de correlação foram
obtidos os autovalores e autovetores, os quais indicam o sentido da rotação dos
eixos das coordenadas definidos pelas variáveis originais. Os autovalores
representam as variâncias destes novos eixos coordenados. O número de
componentes principais retidos na análise foi definido com base em dois
discernimentos: pela porcentagem cumulativa da explicação da variação total e
pela representação gráfica do Screen plot (gráfico não apresentado nesse
trabalho). A obtenção dos componentes principais é descrita por Manly (2004) e
Mingoti (2005).
Após análise dos componentes principais foram representadas
graficamente em um plano bidimensional, o Biplot e o Triplot, buscando
identificar as observações discrepantes e o comportamento da correlação entre
as variáveis, para observar as associações entre os pontos amostrais e as
variáveis, bem como indicar quais variáveis são responsáveis pela explicação de
cada ponto (Ferreira, 2011).
Na
análise dos clusters utilizaram-se procedimentos hierárquicos, o cálculo
das distâncias entre os objetos foi realizado com o conjunto de dados
padronizados com o objetivo de dar um peso igual a cada um dos atributos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao avaliar o regime pluvial mensal em Belterra (Figura 2)
observa-se que de julho a dezembro existe a menor oferta pluvial. Observando a
série histórica de 1972 a 2012, as médias pluviais foram superiores aos totais
de precipitação ocorridos nos meses de fevereiro a junho e agosto a novembro de
2012. Os demais meses, em 2012, foram mais pluviosos em relação à série
histórica. Ao comparar com o volume precipitado, com base nas normais
climatológicas, nota-se que na série de 40 anos a pluviosidade segue o padrão
semelhante na maioria dos meses, com exceção de maio e dezembro. Nesses meses
ocorrem as maiores flutuações no regime pluvial, expressas pelo desvio padrão.
Em dezembro, a média de chuvas é da ordem de 150,0 mm, e em 2012 choveu 250,0
mm, apontando uma oferta pluvial de 100,0 mm acima da média da série histórica
de 40 anos, bem como em termos de normais climatológicas.
De
dezembro a maio as chuvas mensais ultrapassam os 100 mm mensais sendo que
janeiro a abril o total varia entre 150,0 a 320,0 mm. A climatologia aponta que
valores mais elevados, em termos de cotas pluviais, ocorrem em março. Em termos
de quantidade de água precipitada, o mês de dezembro de 2012 foi mais pluvioso
em relação às normais climatológicas e à série de 40 anos analisada.
Antes da coleta (19/12/2012), na estação meteorológica de
Belterra, houve um período de 15 dias sem registros de chuva, indicando
condições propícias às avaliações em águas superficiais, no Rio Tapajós,
conforme os pressupostos metodológicos da pesquisa. Ao observar os valores
diários, identificou-se que no dia 01 de dezembro choveu 72,8 mm,
prolongando-se as chuvas no dia 02 e dia 03, que recebeu o segundo maior
registro com 43,0 mm, totalizando nos três primeiros dias 119,0 mm. Ou seja,
quase a metade dos eventos de chuvas nesse período ocorreu 15 dias antes da
campanha, não comprometendo as coletas das amostras pelo baixo volume
precipitado na bacia hidrográfica.
Em termos de totais anuais, a climatologia indica que em em média
são contabilizados 1.950,0 a 2.200,0 mm, sendo as áreas mais pluviosas na
porção Sul da Flona Tapajós (Figura 3), onde também encontram-se as áreas mais
declivosas com valores entre 18 e 24% de declividade (Figura 4), subdividindo a
Flona em padrões topopluviais.
Reforça-se ainda, que na primeira quinzena de Dezembro, as chuvas
se concentraram no primeiro quinquídio, representando cerca de 48,0% dos
eventos, sendo, o restante, distribuídas no quinto, quarto e sexto quinquídio
do referido mês. Esses resultados corroboram com as avaliações de Martorano et
al. (2004) que ressalntam que as chuvas em dezembro concentram-se na segunda
quinzena, bem como aos resultados observados por Marengo (2005) em seus estudos
climáticos na Amazônia. Esses dados reforçam que as coletas foram realizadas no
período de menor oferta pluvial. Em períodos de baixo aporte de águas pluviais,
espera-se que as variáveis hídricas expressem mudanças decorrentes de efeitos
antrópicos, principalmente influenciada pela população ribeirinha.
Ao analisar as variáveis físico-hídricas foi possível observar que
a água apresentou maior transparência (2 metros) próximo a comunidade do Tauarí
com pH próximo de 5,5. Notou-se também que nas proximidades de Alter do Chão o
pH apresentou mais próximo da neutralidade em relação aos demais pontos
coletados (Figura 5). Os valores de coliformes totais foram mais elevados
próximo à Taquara, seguido de Alter do Chão e os menores valores próximos ao
Tauarí (Figura 6). Também em Alter do Chão os valores de oxigênio dissolvidos
foram mais elevados (Figura 7). Por outro lado, a condutividade em Alter do
Chão foi mais baixa em relação às demais localidades (Figura 8).
Figura 2. Precipitação pluvial mensal (mm) e desvio padrão em Belterra (PA) nos três períodos analisados (Normal climatológica - 1961 a 1990; Média - 1972 a 2012 e no ano de 2012).
Figura 5. Valores de transparência e pH avaliadas no rio Tapajós na Flona Tapajós e seu entorno.
Figura 6. Coliformes Totais avaliadas no rio Tapajós na Flona Tapajós e seu entorno.
Figura 7. Variáveis hídricas (Nt, DBO, OD e SDT) avaliadas no rio Tapajós na Flona Tapajós e seu entorno.
Figura 8. Condutividade e Sólidos Totais avaliados no rio Tapajós na Flona Tapajós e seu entorno.
Os resultados da qualidade hídrica superficial são apresentados na
Tabela 2, na qual se observa que 7 dos 10 pontos de coleta, enquadram-se na
faixa de boa qualidade de água para os padrões de comparação internacional,
estabelecidos pela NSF. Comparados aos padrões nacionais, 80,0% enquadram-se na
faixa de boa qualidade e 20,0% com ótima qualidade. Merece destaque o IQA das
amostras próximas a Tauarí, com o valor de 85.
Os locais considerados com média qualidade de água, nas faixas da
NSF foram São Domingos, Pindobal e Alter do Chão, que nas faixas da CETESB
passaram para a condição de boa qualidade de água. Todavia, é importante
ressaltar que para os padrões nacionais e internacionais o uso conservacionista
na Flona Tapajós e seu entorno pode garantir a manutenção do potencial
turístico, principalmente nos balneários ao longo dessa Unidade de Uso
Sustentável, na Amazônia.
Tabela 2. Índice de Qualidade da Água (IQA) em localidades na Flona Tapajós e seu entorno.
Utilizando-se as Análises de Agrupamento, é possível identificar
pelo método de vizinhos mais próximos que as condições físico-químicas
expressas em pH, sólidos totais, fósforo, oxigênio dissolvidos, DBO, turbidez,
temperatura da água, coliformes termotolerantes e totais, transparência,
condutividade e IQA são semelhantes em Jamaraquá e Maguarí (Figura 9). Também,
nas localidades de Pindobal e Alter do Chão as condições apresentam semelhanças
físico-químicas e biológicas, entre si. Taquara e Aramanaí apresentaram bom
IQA, mas pela análise de clusters suas características físico-químicas
foram distintas, possivelmente devido aos efeitos da presença de coliformes
termotolerantes e totais, os quais foram praticamente 5 vezes superiores aos
valores obtidos em Aramanaí, bem como os de sólidos em suspensão que em Taquara
foram cerca de 33,0% a mais do que em Aramanaí, evidenciando possíveis
perturbações no ambiente aquático investigado. Os valores de pH nos dez pontos
coletados variaram de 5,33 (Pinim) a 6,03 (Alter do Chão). Caracterizado por
Sioli (1984) como um rio de água clara, o rio Tapajós possui águas não muito
ácidas. Porém, observou-se nos dados, pH abaixo da neutralidade, tendendo à
acidez. Isto pode ser atribuído à decomposição de matéria orgânica que
influencia a acidez natural das águas.
Alves et al. (2012) verificaram valores do IQA variando de
"Ruim" e "Regular" no Rio Arari, na Ilha do Marajó, os
quais provavelmente relacionados aos elevados níveis de coliformes fecais,
baixas concentrações de oxigênio dissolvido e pH ácido. Os autores encontraram
valores de pH no período chuvoso em média de 5,22 e no menos chuvoso de 6,28 no
rio Arari.
Figura 9. Análise de agrupamento pelo método do vizinho mais próximo nos 10
pontos de coletas na Flona Tapajós e seu entorno.
Os autovalores da matriz de correlação foram 5,15; 3,44; 1,77;
1,28; 0,96; 0,22; 0,12 e 0,05; e para os demais iguais a 0,00. No total, esses
somam 13,0 e representam a variação total das condições hídricas analisadas.
Assim, o primeiro componente principal explica (5,15/13) 100,0%, ou seja, cerca
de 40,0% da variância total. Similarmente, os outros componentes principais na
respectiva ordem contam com 27,0%, 14,0% e o restante distribuído nos demais
componentes principais da variância total. O primeiro componente principal é,
portanto o mais importante.
Os três primeiros componentes principais explicam juntos cerca de
80,0% do total da variação. Considerando um corte de 30,0%, o primeiro
componente principal pode ser representado por CP1 = 0,399276 × (Sólidos
Totais) + 0,367019 × (Demanda Bioquímica de Oxigênio) + 0,405918 × (Turbidez) +
0,329060 × (Coliformes Totais) -0,356658 × (Transparência). O segundo
componente principal é CP2 = 0,347818 × (pH) + 0,354770 × (Fósforo total) +
0,349963 × (Oxigênio Dissolvido) - 0,452938 × (Nitrogênio Total ) + 0,456894 ×
(Coliformes Termotolerantes) - 0,304178 × (IQA). O terceiro componente
principal é CP3 = 0,454304 × (Temperatura da água) + 0,454460 × (Coliformes
Totais) - 0,475798 × (Condutividade) + 0,404885 × (IQA).
O CP1 indica um contraste existente entre sólidos totais, demanda
bioquímica de oxigênio, turbidez e coliformes totais com a transparência da
água. Portanto, os locais São Domingos e Taquara são caracterizados por
apresentar altos índices de efeitos positivos dessa equação e baixo índice para
a transparência da água. O gráfico Biplot apresentado na Figura 10a corrobora
com o que esta sendo discutido. Por outro lado, Tauari, por exemplo, destaca-se
pela transparência da água e por apresentar baixos índices de sólidos totais,
demanda bioquímica de oxigênio, turbidez e coliformes totais.
No CP2 observa-se um contraste entre pH, oxigênio dissolvido,
fósforo total, coliformes termotolerantes com o nitrogênio total e o índice da
qualidade da água. Nota-se que os locais Alter do Chão e Pindobal possuem altos
índices de pH, oxigênio dissolvido, fósforo total e coliformes termotolerantes
localizando na parte positiva do eixo do CP2. Esses mesmos locais apresentam
índices mais baixos para nitrogênio total e o índice da qualidade da água.
Tauari e Jamaraqua ao contrário de Alter do Chão e Pindobal possuem índices
mais elevados para nitrogênio total e o IQA localizando-se na parte negativa do
eixo do CP2 na Figura 10a.
O CP3 mede o contraste entre temperatura, coliformes totais e
índice de qualidade da água com a condutividade. Os locais onde foram feitas as
análises em Pini e São Domingos foram os que apresentaram altos índices para
condutividade e índices baixos para temperatura, coliformes totais e índice de
qualidade da água. Nessa mesma equação, destaca-se Cajutuba, Taquara, Jamaraqua
e Tauarí por apresentarem valores mais elevados de temperatura, coliformes
totais e índice de qualidade da água e baixos índices para condutividade. O
gráfico Triplot apresentado na Figura 10b confirma essas relações.
Destacam-se as comunidades de Maguari, Pini e Cajutuba por
apresentarem uma média geral em relação às demais variáveis avaliadas,
indicando que essas comunidades ficam no centro do gráfico Biplot, apontando o
ponto médio.
O Biplot Figura 10a e o Triplot ilustrado na Figura 10b evidenciam
a contribuição de cada local onde foram realizadas as coletas e cada variável
por um vetor [pH, Sólidos Totais (mg L-1), Fósforo total (mg L-1), Oxigênio
Dissolvido (mg L-1), Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg L-1), Turbidez (UNT),
Temperatura da água (º C), Nitrogênio Total (mg L-1), Coliformes
Termotolerantes e Totais (NMP 100 mL-1), Transparência (cm), Condutividade (μS
cm-1) e IQA], permitindo assim, avaliar as semelhanças ou não, entre os mesmos.
Pelo Biplot, representado na Figura 10a, verificou-se uma forte correlação
positiva entre as variáveis: Turbidez, Demanda Bioquímica de Oxigênio e Sólidos
Totais.
Também, existe uma correlação entre Temperatura da água e Oxigênio
Dissolvido. Houve correlações negativas entre as variáveis IQA e Fósforo total,
assim como, Transparência e Coliformes Totais. Todas essas correlações puderam
ser observadas também na matriz de correlação (não apresentada nesse trabalho).
Em se tratando das análises de componentes principais, representadas na Figura
10b Triplot, estas reforçam que os pontos com alta presença de coliformes
termotolerantes em Alter do Chão e Pindobal, verificada entre CP2 e CP3, são
diametralmente opostos aos valores de Turbidez, observados em Jamaraquá e
Taquara. No ponto próximo a comunidade de Tauarí, os valores de Oxigênio
Dissolvido foram os mais elevados e a coluna de transparência, verificada in
situ, atingiu quase dois metros, reforçando o estado de conservação mais
expressivo nas variáveis hídricas investigadas, localizados próximo ao eixo CP3.
Ainda analisando o gráfico Biplot, pela proximidade do ponto,
consolida-se a forte correlação da comunidade Tauarí com o eixo do IQA. Pode-se
ponderar o fato de nesta região não ocorrer o acesso para uso turístico,
refletindo, portanto, nas melhores condições hídricas, em relação aos demais
locais avaliados na Flona e seu entorno.
Figura 10. a) Biplot dos escores nos dez pontos de coletas dos dois
componentes principais mais importantes referentes as 13 variáveis do estudo; b)
Triplot dos escores dos três componentes principais mais importantes referentes
as 13 variáveis do estudo nos dez pontos de coletas.
Entre as 10 localidades avaliadas os maiores valores de DBO foram
observados em Taquara, indicando que há maior incremento de matéria orgânica e,
portanto, possíveis comprometimentos no equilíbrio ecossistêmico, como, por
exemplo, a oferta de pescado que é base da alimentação de comunidades
ribeirinhas, na Amazônia.
4. CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos conclui-se:
O ritmo climático evidenciou que o mês de Dezembro marca a fase
intermediária entre o fim do período de menor oferta pluvial e o início das
chuvas;
Chove mais na porção sul onde também ocorrem as áreas mais declivosas
apresentando um padrão topo pluvial diferenciado na Flona Tapajós e seu
entorno;
A análise de indicadores hídricos pode mostrar possíveis ameaças à
manutenção de bens e serviços que o rio Tapajós oferece às populações;
O IQA pode ser um dos índices de avaliação em corpos hídricos sob
a influência de Unidades de Uso Sustentável como é o caso da Flona Tapajós;
Nas proximidades da comunidade do Tauarí a coluna de transparência
da água, o IQA e a baixa ocorrência de coliformes termotolerantes evidenciam o
estado de conservação refletido nas variáveis hídricas avaliadas;
As águas próximas aos balneários de Alter do Chão e Pindobal
apontam efeitos de antropização devido à alta presença de coliformes
termotolerantes em relação aos demais pontos analisados;
Nos balneários (Alter do Chão e Pindobal), apesar dos valores
estarem dentro dos limites aceitáveis com IQA nas faixas entre médio e bom,
alerta-se para cuidados quanto ao uso sustentável e para a manutenção do seu
potencial turístico;
Os valores elevados de DBO em Taquara indicam que há maior
disponibilidade de incremento de matéria orgânica, o que pode induzir ao
completo esgotamento de oxigênio na água e comprometer a vida aquática;
Ações conservacionistas necessitam ser aplicadas em áreas no
entorno da Flona Tapajós para garantir bens e serviços ambientais que o rio
Tapajós presta à sociedade como, por exemplo, o fornecimento de água com
índices de alta qualidade para uso alimentar, higiene e manutenção do potencial
balneário na região;
Os corpos hídricos são sensíveis às alterações no uso e cobertura
do solo e podem evidenciar possíveis alterações capazes de ameaçar o equilíbrio
em áreas de uso conservacionista como é o caso da Floresta Nacional do Tapajós;
e,
Espera-se que os resultados obtidos nesta pesquisa possam
subsidiar avaliações de uso conservacionista em bacias hidrográficas para
garantir os serviços ecossistêmicos prestados pelas comunidades em áreas
legalmente protegidas na Amazônia.
5. AGRADECIMENTOS
Os autores expressam seus agradecimentos à Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo financiamento da
bolsa de mestrado da primeira autora; à Universidade do Estado do Pará e ao
Programa de Mestrado em Ciências Ambientais; à coordenação e à equipe do
Projeto ROBIN; à Embrapa Amazônia Oriental; ao Núcleo Médio Amazonas da
Embrapa; ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de
Santarém e ao 4º Grupamento Bombeiro Militar de Santarém (Pará).
6. REFERÊNCIAS
AMERICAN
PUBLIC HEALTH ASSOCIATION - APHA. Standard methods for examination of water
and wastewater. 21. ed. Washington, 2005. 4358 p.
ALVES, I. C. C.; EL-ROBRINI, M.; SANTOS, M. L. S.; MONTEIRO, S.
M.; BARBOSA, L. P. F.; GUIMARÃES, J. T. F. Qualidade das águas superficiais e
avaliação do estado trófico do Rio Arari (Ilha de Marajó, norte do Brasil). Acta
Amazônia, v. 42, n. 1, p. 115-124, 2012.
http://dx.doi.org/10.1590/S0044-59672012000100014
ARTAXO, P.
Opportunities for research in global changes in the field of chemistry. Journal
of the Brazilian Chemical Society, v. 18, n. 2, 2007.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-50532007000200001
BRASIL. Decreto nº 73.684, de 19 de fevereiro de 1974. Cria a
Floresta Nacional do Tapajós e dá outras providências. Diário Oficial [da]
União, Seção 1, p. 1987, 20 fev. 1974.
______. Lei 12.678, de 25 de junho de 2012. Dispõe sobre
alterações nos limites dos Parques Nacionais da Amazônia, dos Campos Amazônicos
e Mapinguari, das Florestas Nacionais de Itaituba I, Itaituba II e do Crepori e
da Área de Proteção Ambiental do Tapajós; altera a Lei no 12.249, de 11 de
junho de 2010; e dá outras providências. Diário Oficial [da] União,
Seção 1, 26 jun. 2012.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA E SANEAMENTO AMBIENTAL - CETESB. Relatório
de qualidade das águas interiores no Estado de São Paulo 2005. São Paulo,
2006.
______. Guia nacional de coleta e preservação de amostras:
água, sedimento, comunidades aquáticas e efluentes líquidos. Brasília: CETESB;
ANA, 2011. 326 p.
______.Águas superficiais: variáveis de qualidade de água.
São Paulo, 2012. Disponível em: . Acesso em
01 ago. 2012.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA (Brasil). Resolução
nº 357, de 17 de março de 2005. Brasília, 2005.
FEARNSIDE, P. M. A água de São Paulo e a floresta amazônica. Ciência
Hoje, v. 34, p. 63-65, 2004.
______. Serviços ambientais provenientes de florestas intactas,
degradadas e secundárias na Amazônia brasileira. In: PERES, C. A.; GARDNER T.
A.; BARLOW, J.; VIEIRA, I. C. G. (eds.). Conservação da biodiversidade em
paisagens antropizadas do Brasil. Curitiba: Editora da Universidade Federal
do Paraná, 2013. p. 29-62.
FERREIRA, D. F. Estatística multivariada. 2. ed. Lavras:
Editora UFLA, 2011. v. 1. 675 p.
GATTI, S.;
BREY, T.; MULLER, W. E. G.; HEILMAYER, O.; HOLST, G. Oxygen microoptodes: a new
tool for oxygen measurements in aquatic animal ecology. Marine Biology,
v. 40, n. 6, p. 1075-1085, 2002. http://dx.doi.org/10.1007/s00227-002-0786-9
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIAS E ESTATÍSTICAS - IBGE. Banco
de dados agregados ao sistema IBGE de recuperação automática (SIDRA). 2013.
Disponível em: . Acesso em: 04 fev. 2014.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS
RENOVÁVEIS – IBAMA. Floresta Nacional do Tapajós: plano de manejo: vol.
I informações gerais. 2004. Disponível em:
http://www.icmbio.gov.br/portal/images
/stories/imgs-unidades-coservacao/flona_tapajoss.pdf. Acesso em: set. 2014.
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA – INMET (Brasil). Normais
climatológicas do Brasil. Brasília, 2009. 465p.
MANLY, B.
F. J. Multivariate statistical methods a primer. 3. ed. New York:
Chapman & Hall, 2004. 215p.
ANZATTO, C. V.; FREITAS JUNIOR, E.; PERES, J. R. R. Uso
agrícola dos solos brasileiros. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2002. 174 p.
MARENGO, J. Characteristics and spacio-temporal variability of the
Amazon river basin water budget. Climate
Dynamics, v. 24, n. 1, p. 11-22, 2005.
http://dx.doi.org/10.1007/s00382-004-0461-6
MARTORANO,
L. G.; NECHET, D.; MANZATTO, C. V.; REBELLO, E.; BERTOLOSSI, R. Pluviometric
variations as subsidiary information for agricultural planning in the Amazon.
In: INTERNATIONAL SOIL CONSERVATION ORGANIZATION CONFERENCE - ISCO, 13., 2004,
Brisbane. Papers… Disponível em:
http://tucson.ars.ag.gov/isco/isco13/PAPERSM-Q/MARTORANO.pdf. Acesso em: set.
2014.
MARTORANO,
L. G.; BERGAMASCHI, H.; FARIA, R. T.; DALMAGO, G. A. Decision Strategies for
Soil Water Estimations in Soybean Crops Subjected to No-Tillage and
Conventional Systems, in Brazil. In: INTECH. Problems, perspectives and
challenges of agricultural water management. 1 ed. 2008. Disponível em:
Decision_
strategies_for_soil_water_estimations_in_soybean_crops_subjected_to_no_tillage_and_conventional_systems_in_brazil.
Acesso
em: set. 2014.
MINGOTI, S. A. Análise de dados através de métodos de
Estatística Multivariada: uma abordagem aplicada. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 2005. 295p.
PRADO, B. P.; NOVO, M. L. M. N. Análise espaço-temporal da
relação do estado trófico do reservatório de Barra Bonita (SP) com o potencial
poluidor da Bacia hidrográfica. São José dos Campos: INPE, 2006.
RUDORFF,
C. M.; NOVO, E. M. L. M.; GALVÃO, L. S. Spectral mixture analysis for water
quality assessment over the Amazon foodplain using Hyperion/EO-1 images. Revista
Ambient. Água, v. 1, n. 2, p. 65-79, 2006. http://dx.doi.org/10.4136/ambi-agua.13
SAS
INSTITUTE INC. SAS statistical software. Release 9.2. Cary, 2008.
SILVA, A. E. P.; ANGELIS, C. F.; MACHADO, L. A. T.; WAICHAMAN, A.
V. Influência da precipitação na qualidade da água do Rio Purus. Acta
Amazonia, v. 38, n. 4, p. 733-742, 2008.
http://dx.doi.org/10.1590/S0044-59672008000400017
SIOLI, H.
The Amazon: limnology and landscape ecology of a migth tropical river and it’s
basin. Monographie
Biologicae, v. 56, 1984.
SIQUEIRA, G. W.; APRILE, F.; MIGUÉIS A. M. Diagnóstico da
qualidade da água do rio Parauapebas (Pará – Brasil). Acta Amazonia, v.
42, n. 3, p. 413-422, 2008. http://dx.doi.org/10.1590/S0044-59672012000300014
SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO SNUC. Texto da Lei
9.985 de 18 de julho de 2000 e vetos da presidência da República ao PL aprovado
pelo Congresso Nacional. 2. ed. São Paulo: Conselho Nacional da Reserva da
Biosfera da Mata Atlântica, 2002. 76 p.
VON SPERLING, M. Estudos e modelagem da qualidade da água de
rios. Belo Horizonte: DESA, 2007. 588 p.