16 de janeiro de 2013

geotecnologia no Combate aos Incêndios no Centro Histórico de Belém


Em 2012 o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará (CBMPA), através do Soldado BM Leonardo, participou da SEMANA DO PATRIMÔNIO PARAENSE. No evento o militar apresentou o trabalho sobre “Espacialização e Analise dos Incêndios Urbanos do Centro Histórico de Belém de 2009 – 2011”.



Este trabalho tem sua importância na medida em que o Centro Histórico de Belém (CHB), possui construções antigas e tem sofrido com grandes ocorrências de incêndios, principalmente pelo fato de algumas lojas armazenarem em seus departamentos, fogos e explosivos ao lado de material inflamável e baixa qualidade da fiação elétrica dos edifícios e das residências históricas.

O presente trabalho faz encontra supedâneo no que pré leciona a inteligência do artigo 21 da nossa magna carta. Ou seja, proteger bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos e proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico...”


Com este trabalho o militar dá continuidade nos estudos e análise da distribuição dos hidrantes e dos padrões pontuais das ocorrências de incêndios no Município de Belém. No primeiro momento o trabalho tem como objetivo identificar as áreas de concentrações de foco de incêndio no Centro Histórico de Belém (CHB) e auxiliar os órgãos responsáveis pela preservação e proteção contra incêndio  na elaboração de política adequada de planejamento de redistribuição de recursos destinados à proteção contra incêndio deste patrimônio da Amazônia.

Com os dados levantados, tratados, tabulados, geocodificados e espacializados foram possíveis desenvolver e apresentar resultados consistentes quanto à distribuição e concentração espacial dos incêndios e dos hidrantes no Centro Histórico de Belém.

Através de técnica de geoprocessamento empregada, foram encontrados áreas de risco que precisam de maior atenção dos órgãos responsáveis pela prevenção a incêndios urbanos (Figura 1).

A Figura 1, mostra a superposição das camadas de “zonas quentes” de incêndio e “zona fria” de cobertura de hidrantes. Por interpretação visual entre estas duas camadas, observa-se que na região oeste do CHB existe apenas uma parte das três “zonas quente” de incêndio coberto pelo sistema de hidrantes urbanos.

Figura 1 – Mapa com de interseção das “Zonas Quentes” e “Zona Fria” dos incêndios e hidrantes no CHB
Fonte: Elaboração Santos, L.S.

A sobreposição das bases cartográficas geradas ajudaram na elaboração de mapas temáticos que contribuíram sobremaneira para a conclusão do trabalho e enriquecimento das análises. Na oportunidade, sugeriu-se a elaboração de uma base com a localização dos prédios tombados pelo patrimônio público para analisar e avaliação, por exemplo, da proximidade das áreas de densidade de incêndio deste partrimônios históricos.

Entra as várias conclusões pode-se destacar a necessidade de redistribuição dos hidrantes no bairro da Cidade Velha e Campina, principalmente nas principais vias no entorno do CHB para melhorar as ações de combate a incêndios, manobras de estabelecimento e abastecimento de viaturas do CBMPA.


Ainda observou-se que várias instituições financeiras estão próximas às áreas de maior concentração de hidrantes urbanos, mas, não significando uma área protegida em função a pouca vazão destes dispositivos (Figura 2).

De acordo com Leonardo (2011), “no aspecto de vazão L/m (litro do minuto) o CHB está muito aquém do ideal. Apenas 37 % possui vazão mínima (1000 L/min.) no período diurno e 25% com vazão mínima (1000 L/min.) no período noturno”.

 Figura 2 – Mapa de uso do solo do CHB e “zona fria” de cobertura de hidrantes.
Fonte: Elaboração Santos, L.S.

Contudo, o desafio e continuar as análises com um grupo de estudo multidisciplinar e estruturar um banco de dados geográfico (BDG) como uma solução de Gerência de Informação (GI) das ocorrências do Corpo de Bombeiros do Estado do Pará utilizando a tecnologia de plataforma web com o uso de softwares livres. Conceber a estrutura de um sistema GI com estas características traz benefícios no que diz respeito a automação de tarefas, monitoramento de todas as fases do atendimento das ocorrências, publicação de resultados com estatísticas e mapas, auxílio a tomada de decisões, planejamento de recursos operacionais, e a viabilidade de alcançar distantes municípios em um vasto território como o do Estado do Pará.


Tecnologia no Combate a Criminalidade


A tecnologia do georreferenciamento vem contribuindo para aperfeiçoar as ações do Sistema de Segurança Pública no Pará, desde 2010. Por meio da parceria do Instituto de Ensino de Segurança Pública (IESP) e da Faculdade de Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará (UFPA), policiais civis e militares, bombeiros e peritos criminais vem sendo capacitados para o uso da cartografia e da geoinformação a fim de identificar a localização exata das ocorrências de homicídio, assalto, furto, tráfico de drogas e apreensão de armas de fogo.


neste trabalho a Cartografia e da geoinformação esta sendo utilizada a fim de identificar e localização exata das ocorrências de homicídios, assalto, furto, tráfico de droga e apreensão de arma de fogo”.

Os mapas gerados podem auxiliar nos diagnósticos e análises que vêm servindo de base para o Serviço de Inteligência planejar as ações de combate à criminalidade”.

“Estamos usando a geoinformação, a geografia digital com imagens de satélite a partir de programas específicos - o Arcgis e Terraview - para produzir mapas da incidência de crimes na Região Metropolitana de Belém.

Ao sobrepôros mapas com a localização de cada tipo de crime, podemos avaliar a relação entre eles para saber, por exemplo, se os homicídios em Marituba estão relacionados com o tráfico de drogas. Ainda, posso cruzar essas informações com variáveis que se apresentam espacialmente, como os níveis de empregabilidade, de atendimento de saúde e educação. Com isso, posso verificar se os motivos que levam aos homicídios na Terra Firme são diferentes que em Batista Campos', esclarece Clay Chagas.

“Esses registros de base cartográfica constituem um importante banco de dados sobre a evolução de cada tipo de crime. A meta é produzir os mapas em tempo real”,

Também fazem parte desse projeto de extensão os professores doutores Christian Nunes e João Márcio Palheta, além de alunos bolsistas.

Referência 
http://www.orm.com.br/noticia/noticia.asp?id=626249&%7Ctecnologia+ajuda+no+combate+a+criminalidade+no+para

Representações Cartográficas

Globo - representação esférica, em escala pequena, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade ilustrativa.

Mapa - representação plana, em escala pequena, delimitada por acidentes naturais ou políticos-administrativos, destinada a fins temáticos e culturais.

Cartas - representação plana, em escala média ou grande, com desdobramento em folhas articuladas sistematicamente, com limites de folhas constituídos por linhas convencionais, destinada a avaliação de distância e posições detalhadas.

Planta - tipo particular de carta, com área muito limitada e escala grande, com número de detalhes consequentemente maior.

Mosaiso - conjunto de fotos de determinada área, montadas técnica e artisticamente, como se o todo formasse uma só fotografia. Classifica-se como controlado, obtido apartir de fotografia aéreas submetidas a processos em que a imagem resultante corresponde à imagem tonada na foto, não controlado, preparado com o ajuste de detalhes de fotografia adjacentes, sem controle de termo ou correção de fotografia, sem preocupação com a precisão, ou ainda semicontrolado, montado combinando-se as duas características descritas.

Fotocarta - Mosaico controlado, com tratamento cartográfico.

Ortofotocarta - fotografia resultante da transformação de uma foto original, que é um perspectiva central do terreno, em uma projeção ortogonal sobre um plano.

Ortofotomapa - conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de uma determinada região.

Fotoíndice - montagem por superposição das fotografias, geralmente em escala reduzida. É a primeira imagem cartográfica da região. É o insumo necessário para controle de qualidade de aerolevantamentos utilizados na produção de cartas de método fotogramétrico.

Carta Imagem - imagem referênciada a partir de pontos identificáveis com coordenadas conhecidas, superposta por reticulado da projeção

Revista Geografia, Conhecimento Prático, n 23, p 54. ed. Escala